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China: os pontos-chave do combate ao novo coronavírus

Fonte: Diário do Povo Online    26.03.2020 15h08

A China foi o primeiro país afetado pela pandemia do novo coronavírus, fazendo com que o país tenha passado a compreender o patógeno antes do resto do mundo. O conhecimento que a China possui agora do vírus permitiu não só ao país conter a sua propagação, mas serve também de guia para o resto do mundo

A experiência de prevenção epidemiológica da China segue três fases: isolamento da fonte infeciosa, uso de máscara, tratamento faseado de pacientes.

Passo fundamental: separar fontes infeciosas de alvos suscetíveis

“Esta manhã participei no intercâmbio entre o Ministério das Relações Exteriores e 25 países da América Latina. A nossa experiência foi partilhada com vários outros países”, disse Wu Zunyou, um investigador do Centro de Controle e Prevenção de Doenças da China, durante a coletiva de imprensa do mecanismo conjunto de controle e prevenção organizada pelo Conselho de Estado a 24 de março.

Ele afirmou que embora o conhecimento do novo coronavírus seja ainda limitado, a estratégia de controle de doenças infeciosas depende da estratégia faseada de deteção da fonte de infeção, rota de transmissão e população suscetível ao contágio. Para auxiliar o processo, foi decretada a necessidade de uso de máscaras, higienização frequente das mãos e arejamento permanente de espaços fechados. A China alargou as férias do festival do Ano Novo Chinês e promoveu uma campanha de distanciamento entre pessoas para conter a propagação do vírus. Estes princípios podem ser aplicados em outros países, com base nas suas culturas e sistemas de governação.

Porque é preciso continuar usando máscaras?

Recentemente, têm surgido relatos que países europeus e americanos não apoiam o uso de máscara. Wu Zunyou afirma que o novo coronavírus é especialmente contagioso no final do período de incubação, o que significa que, se uma pessoa saudável encontrar um paciente nesta fase, o contágio ocorre sem que se tenham manifestado quaisquer sintomas. É por isso que as pessoas saudáveis devem usar máscara.

As instituições médicas e as famílias dos pacientes com coronavírus são dos agentes mais perigosos para o contágio. Existem também os ambientes fechados como elevadores e transportes públicos. Deste modo, não é necessário as pessoas comuns usarem máscara em ambientes abertos. Se for para um local fechado, prepare uma máscara e use-a para proteger locais onde existe um elevado contacto entre pessoas.

Tratamento faseado da população

Classificar tipos diferentes de pacientes, estratificados e com tratamentos específicos, são um passo importante a dar. No presente, a China segue a seguinte metodologia: isolamento e tratamento de casos com sintomas ligeiros, monitoramento dos sinais vitais dos pacientes e transferência para uma unidade hospitalar quando ocorrem mudanças. Casos severos e críticos terão de ser tratados em instituições médicas pré-designadas devido à elevada mortalidade e progressão rápida da doença. O diagnóstico estratificado e o tratamento são, por isso, cruciais.

Um grande número de casos ocorreu também em outros países. Wang Guiqiang, físico do departamento de doenças infeciosas do Primeiro Hospital da Universidade de Pequim, sugere que o tratamento estratificado tem de ser implementado, caso contrário, pacientes com sintomas leves vão ocupar os leitos hospitalares e recursos médicos, os quais deveriam ser aplicados em casos severos e críticos. Trata-se de uma lição para a China e para os pacientes que não são tratados a tempo, fazendo disparar as taxas de mortalidade.

Porém, em todos os casos, a terapia de oxigénio é muito importante, pois os pulmões do paciente não estão funcionando normalmente. Para casos agudos, é preciso um auxiliar respiratório, pois as vias respiratórias ficam obstruídas com muco, sendo necessário um ventilador.

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