Roma, 27 fev (Xinhua) -- A Itália confirmou 650 casos do coronavírus na quinta-feira, um aumento de 122 ante o balanço anterior, do mesmo dia.
As mortes aumentaram para 17, após mais 3 pessoas morrerem na região da Lombardia, no norte do país europeu, de acordo com as autoridades.
"Todas as três pessoas tinham mais de 80 anos, duas com 88 e uma com 82 anos. Todas tinham uma condição clínica delicada e crítica", disse Angelo Borrelli, chefe do Departamento de Proteção Civil e comissário extraordinário para a emergência do coronavírus, em uma conferência de imprensa na quinta-feira.
"Gostaria de enfatizar de novo as notícias positivas relacionadas ao número de pessoas infectadas que se recuperaram, que aumentaram ao todo para 40 na Lombardia", explicou Borrelli.
Antes, no mesmo dia, o funcionário tinha confirmado 37 casos curados na mesma região, a mais afetada junto com Veneto, no nordeste.
"Adicionando-os aos já mencionados, ou seja, duas pessoas na Sicília e três em Lazio (em torno de Roma), temos 45 pessoas curadas", afirmou Borrelli.
As autoridades italianas tentaram tranquilizar a situação e garantiram a transparência total das informações fornecidas diariamente.
Borrelli e o ministro das Relações Exteriores, Luigi Di Maio, alertaram sobre o exagero da situação, enfatizando que não há necessidade de entrar em pânico ou sugerir evitar uma visita ao país.
Todos os casos de infecção no país foram rastreados aos dois únicos focos de infecção identificados, ambos no norte, disse Di Maio durante uma coletiva de imprensa na Foreign Press Association, em Roma.
"Os surtos envolveram alguns municípios nas áreas de Lodi (Lombardia) e um município em Veneto", disse ele.
A necessidade de "controlar" os medos e enfrentar a situação com mais calma também foi sentida entre alguns italianos nas ruas.
De acordo com o estudante de 27 anos Carlo Caboni, as medidas de contenção ativadas no norte da Itália "certamente serão úteis para conter a epidemia, e deve haver (agora) mais medidas contra o pânico por vírus".
"No final das contas, este é um vírus relativamente gerenciável, não há necessidade de se alarmar e implementar fechamentos", disse Filippo Franze, advogado, à Xinhua.
Micaela Russo, 30 anos, profissional de turismo, concordou que é importante "conter o pânico e fobia e ajudar os cidadãos a entender que o coronavírus não é o fim do mundo".
Russo confirmou que o setor de turismo da Itália já estava sofrendo o impacto devido a medos em torno da epidemia e ela se preocupava com "mais danos econômicos, sociais e de saúde ao país".
Também na quinta-feira, pesquisadores do Hospital da Universidade de Sacco, em Milão, anunciaram que foram capazes de isolar a cepa italiana de coronavírus, de acordo com a agência de notícias Ansa.
A descoberta foi feita por uma equipe liderada pela professora Claudia Balotta, segundo Massimo Galli, diretor do Departamento de Ciências Biomédicas e Clínicas da Sacco.
A equipe consistiu em quatro pesquisadores italianos e um colega polonês, disse Galli à Ansa.