Zhong Sheng
Após o despoletar do surto do novo coronavírus (COVID-19), um dos temas em voga na comunidade internacional passou a ser a solidariedade e a cooperação para superar este desafio. No entanto, algumas vozes dissonantes surgiram também um pouco por todo o mundo. Um desses exemplos foi protagonizado pelo Wall Street Journal. O jornal publicou recentemente um artigo preconceituoso e despropositado, especialmente se forem tidos em conta os esforços promovidos pela China para combater a epidemia. O autor não se coibiu de escolher um título infeliz, com pendor racista: “A China é o verdadeiro ‘homem débil da Ásia’”. O apelo ao sensacionalismo acabou por se revelar numa publicação inoportuna e desrespeitosa.
Várias pessoas opuseram-se veementemente a este acontecimento. No dia 25 de fevereiro, mais de 115,000 pessoas haviam assinado no website de petições da Casa Branca, apelando a que o jornal apresentasse um pedido de desculpas formal pela publicação do artigo mencionado, juntamente com a sua retirada ou modificação. “O racismo não pode ser tolerado”, diz a petição na sua conclusão, demonstrando a resolução dos requerentes. Em um abaixo assinado recente, 53 empregados do jornal exigiram também que o artigo fosse modificado e fosse feito um pedido de desculpas.
“Não se trata de uma questão de autonomia editorial ou da divisão entre notícias e artigos de opinião. É um título errado e ofensivo para os chineses e para muita gente”. A descriminação racial do jornal foi alvo de condenação generalizada. É plenamente justificável que a China e a comunidade internacional requeiram que a publicação seja retirada. Todavia, o jornal não somente ignorou os apelos, mas publicou também editoriais na mesma linha prepotente, demonstrando ao mundo a sua total alienação face à lógica e à justiça.
“Os pontos de vista veiculados pela comunicação de massas servirão apenas para causar mais medo e ansiedade em todo mundo, bem como aumentar os níveis de hostilidade contra os chineses e outros asiáticos. Isto é extremamente perigoso e errado”. Afirmou uma professora da Universidade da Califórnia, em contestação à publicação.
Confrontada com uma epidemia, a humanidade, independentemente da raça ou das fronteiras nacionais, deve unir-se e lutar em conjunto, tal como a Organização Mundial de Saúde apelou. Incitações contra a descriminação racial e insultos não só prejudicam quem tenta combater o vírus, lançando o pânico internacional.
Deve ser destacado que as ações categóricas do governo chinês e do seu povo para combater a epidemia já granjeou o respeito de todo o mundo - isto é um fato que a vilania ou calúnia não podem alterar.
A publicação de artigos na imprensa não deve ser desvinculada dos fatos, nem deve extrapolar os limites da razoabilidade. Na era da globalização, este tipo de ações irrefletidas pode ter consequências nefastas para todos nós.