Perante a crise do coronavírus, o que fizeram os EUA?

Fonte: Diário do Povo Online    17.02.2020 10h44

Diário do Povo

Face à crise de saúde pública provocada pela epidemia do novo coronavírus, a mentalidade insalubre de alguns países no contexto das relações internacionais foi exposta. Nos últimos dias, a ajuda prometida pelo governo dos EUA não só não foi cumprida, como o país anunciou uma redução ao apoio financeiro à OMS em plena altura crítica da luta contra a epidemia. Tudo isto leva a comunidade internacional a perceber qual a verdadeira identidade do país em causa no contexto global.

Há alguns dias atrás, o secretário de Estado estadunidense Pompeo anunciou nas redes sociais que iria alocar $US100 milhões para “apoiar a China na luta contra a epidemia do novo coronavírus”, afirmando que o ato demonstrava a “forte liderança dos EUA” na resposta à epidemia. No entanto, em uma coletiva de imprensa a 10 de fevereiro, um repórter indagou as autoridades norte-americanas sobre a implementação desses fundos. O responsável respondeu que os $US100 milhões eram, na verdade, um limite. No presente, com exeção de alguns projetos humanitários no Laos, outras operações relacionadas com este fundo não foram detalhadas.

Se os EUA desejarem realmente ajudar alguns países do sudeste asiático, como o Laos, a fazer frente à epidemia, isso é compreensível. Afinal, trata-se de um desafio de saúde pública mundial e a entreajuda internacional é sempre bem-vinda. No entanto, não deixa de ser caricato que, depois de slogans e anúncios sonantes, os EUA tenham mudado a trajetória da sua retórica. Além disso, dadas as circunstâncias da epidemia, o atraso do cumprimento da palavra dos EUA é claro e inconsistente com a sua suposta “forte liderança”.

Porque é que os EUA passaram de um anúncio mediático a uma postura de discrição? A par desta situação verificou-se outra questão: o mais recente orçamento fiscal de 2021 demonstrou que a Casa Branca planeja reduzir para metade o financiamento à OMS.

Em um momento crítico na luta global contra a epidemia, o papel de coordenação da OMS é ainda mais importante. Que mensagem querem os EUA passar ao adotarem medidas destas neste momento? A justificação do país é que a assistência direta a países específicos é uma melhor forma de responder a crises de saúde pública. Porém, é uma ação contraditória, se for tida em conta a ajuda prometida de $100 milhões para a prevenção epidemiológica.

Os EUA claramente violaram as deliberações da OMS e assumiram a liderança a aplicarem uma proibição de viagens. Alguns políticos americanos tomaram a dianteira a espalhar teorias da conspiração, fazendo uso da epidemia para desacreditar a China. Obviamente, tal psicologia e práticas perigosas não só se distanciam da “forte liderança” que os EUA apregoam, mas também dos padrões comuns da civilização humana. Deve realçar-se que a maioria dos especialistas de saúde e o público americano desejam que todas as partes trabalhem conjuntamente para superar a epidemia, todavia as operações políticas em Washington contrariam esse ensejo.

Nos últimos anos, a maior preocupação da comunidade internacional para com a diplomacia americana é que a disponibilidade da maior potência do mundo para a cooperação internacional tenha caído significativamente, o seu apoio ao sistema multilateral internacional tenha enfraquecido, e os efeitos negativos do seu comportamento premeditado na governança global tenham aumentado. As várias palavras e ações dos EUA face ao atual surto serviram para o mundo tenha ficado mais consciente dessa realidade. O que deve ser lembrado é que hoje, em uma altura em que os países estão amplamente interconectados, passa a existir uma responsabilidade recíproca. O enfrentamento coletivo de obstáculos, reforço da cooperação e resposta conjunta são o caminho certo a seguir.

(Web editor: Renato Lu, editor)

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