Por Liu Jieyan, Lu Yang, Zhao Duo
Em 2003, o Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (comummente designado por Fórum de Macau) era estabelecido em Macau. A instituição desempenha um papel importante no desenvolvimento comum da parte continental da China, Macau e dos países de língua portuguesa.
“Desde o estabelecimento do fórum, a China e os países de língua portuguesa estão cada vez mais próximos, sendo que o comércio e o investimento têm vindo a crescer rapidamente, as áreas de cooperação continuam a expandir e a influência do fórum é cada vez maior. Resultados significativos foram entretanto alcançados”, afirma Xu Yingzhen, secretária-geral do secretariado permanente do Fórum de Macau, durante uma entrevista exclusiva ao Diário do Povo Online.
Xu Yingzhen, secretária-geral do Fórum de Macau. Foto: Lu Yang, Diário do Povo Online
“A atual relação entre a China e os países de língua portuguesa atravessa o melhor período da história, no qual as duas partes têm trocado frequentemente visitas”, disse Xu. Lembrando que anteriormente Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné Bissau, Moçambique, Portugal e Timor Leste se haviam juntado ao Fórum, São Tomé e Príncipe passou também a fazer parte do grupo, em março de 2017, após ter retomado as relações diplomáticas com a China, no final de 2016. “Desde então o Fórum congrega todo o grupo dos países de língua portuguesa”.
Os dados revelam que em 2003, quando o Fórum foi estabelecido, o total do comércio entre a China e os países de língua portuguesa era de $11 bilhões de dólares. Em 2018, o total passou a ser de 147,3 bilhões de dólares - um aumento de 13 vezes mais.
Xu Yingzhen disse que, com o aprofundamento da cooperação económica e comercial entre a China e a lusofonia, as áreas de cooperação entre os dois polos se tornaram mais abrangentes. Sendo apenas 7 em 2003, são agora cerca de 20, abrangendo cooperação intergovernamental, investimento e comércio, turismo cultural, entre outros domínios tradicionais e emergentes como a segurança pública, medicina tradicional, entre outros.
“Nos últimos 16 anos, o Fórum de Macau tem trabalhado arduamente para criar um modelo de cooperação entre regiões. Enquanto mecanismo de cooperação económica e comercial multilateral, com a língua como elo, o Fórum de Macau desempenha um papel importante na promoção do intercâmbio comercial entre a China e os países de língua portuguesa”, afirmou Xu.
De acordo com Xu Yingzhen, com base no papel de Macau enquanto plataforma, o Fórum de Macau pode não só servir de ponte económica e comercial, mas também de elo de promoção cultural e intercâmbio interpessoal entre a China e a lusofonia.
A “Semana Cultural da China e dos Países de Língua Portuguesa”, organizada pelo Secretariado Permanente do Fórum de Macau, iniciou em 2008 e está agora na sua 11ª edição. Anualmente, grupos de artistas, artesãos, e cozinheiros da China, RAEM e da lusofonia juntam-se em Macau para a realização de performances culturais, artísticas e gastronómicas. Xu Yingzhen disse: “este tipo de iniciativas não só encurtam a distância entre os residentes de Macau, da parte continental da China e dos países de língua portuguesa, mas serve também para fomentar o entendimento entre todos. Simultaneamente, permite também que os residentes de Macau e turistas experienciem a multiculturalidade de Macau e o seu charme enquanto cidade turística mundial”.
Com o auxílio da promoção do Fórum de Macau, a construção de uma plataforma de cooperação de serviços sino-lusófona foi aprofundada, sendo as suas funções continuamente melhoradas e o seu papel cada vez mais determinante. Xu Yingzhen acredita: “No futuro, no contexto da iniciativa do ‘Cinturão e Rota’ e da construção da Grande Área da Baía de Guangdong-Hong Kong-Macau, Macau poderá tirar partido da sua função de ponte com os países de língua portuguesa, servindo-se da língua, cultura e semelhanças legais com os países de língua portuguesa. Iremos aprofundar a cooperação tripartida entre Macau, a parte continental da China e os países de língua portuguesa e participar ativamente na abertura bilateral do país”.