Arroz híbrido da China semeia esperança para África

Fonte: Xinhua    06.09.2019 10h58

Beijing, 5 set (Xinhua) -- "Não passamos mais fome", disse Georges Ranaivomanana, 55 anos, agricultor de Madagáscar que liderou o plantio de arroz híbrido chinês na cidade natal de Mahitsy.

Ele disse à Xinhua que espera que todos os seus compatriotas usem essas sementes para elevar o padrão de vida e que seu país possa até exportar arroz algum dia.

A China ajuda os países africanos a desenvolver arroz produtivo e resiliente há anos com seu arroz híbrido. Os agricultores do continente como Ranaivomanana agradecem sinceramente aos chineses, pois o arroz híbrido é a chave em busca da segurança alimentar e de renda.

Com um clima tropical úmido, sol abundante e ricos recursos hídricos, Madagáscar tem uma longa tradição de cultivo e consumo de arroz.

No entanto, devido aos recursos financeiros insuficientes e técnicas agrícolas ultrapassadas, a baixa colheita de arroz local há muito tempo afeta o país insular. O governo precisa importar centenas de milhares de toneladas de arroz por ano, mas ainda não é suficiente para tirar seu povo da ameaça de fome.

Em 2010, uma equipe de especialistas chineses chegou a Madagáscar. Com a assistência deles, uma variedade de culturas híbridas plantadas produziu uma colheita de 10,8 toneladas por hectare este ano, excedendo muito a produção de arroz local.

Em maio, o Centro Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento de Arroz Híbrido da China abriu um centro de pesquisa em Madagáscar para selecionar a variante de arroz híbrido com base no ambiente ecológico diversificado da nação insular, em uma tentativa de encontrar culturas mais produtivas para um continente há muito tempo preocupado com a produção insuficiente de grãos.

No estado nigeriano de Kebbi, noroeste do país, o especialista chinês Wang Xuemin se encontra em um arrozal, cercado por plantas de arroz verde. "Este ano, estamos usando uma nova tecnologia de pulverização", disse ele, acrescentando que "isso pode reduzir significativamente o trabalho e economizar custos".

"Terra, clima e métodos de cultivo de arroz na Nigéria são muito diferentes dos da China. Tivemos muitos problemas no início", disse o homem de 51 anos que está na Nigéria há 16 anos.

Em 2006, depois que Wang e seus colegas plantaram as sementes, suas técnicas de gerenciamento de campo e equipamentos agrícolas de grande escala não conseguiram se adaptar ao ambiente operacional, e vários hectares de arrozais foram quase completamente invadidos por ervas daninhas.

"Percebemos que copiar cegamente o modelo chinês não é viável. É necessário inovar constantemente nossas técnicas para atender à situação local na África", afirmou.

Após mais de dez anos de pesquisa e inovação, a fazenda nigeriana agora é um importante centro de treinamento e produção mecanizada no país, treinando mais de mil agricultores e funcionários da gerência de máquinas agrícolas.

Localizada no distrito de Xai-Xai, na Província de Gaza, no sul de Moçambique, a fazenda de arroz Wanbao Moçambique, investida pelo Fundo de Desenvolvimento China-África, é o maior projeto do tipo da China na África. Com vastas terras aráveis, clima favorável, abundantes recursos hídricos e apoio da China, este projeto planeja cobrir 20 mil hectares.

No Quênia e em Angola, as sementes híbridas de arroz têm sido ou serão cultivadas, ajudando os agricultores a alcançar uma produção mais alta e uma renda maior.

Os agricultores de outros países, como Serra Leoa, Zâmbia e Zimbábue, também aguardam ansiosamente a chegada das sementes que trarão esperança e prosperidade.

Em junho, Yuan Longping, um cientista chinês globalmente conhecido como o "pai do arroz híbrido", enviou uma mensagem em vídeo para um seminário China-África sobre o desenvolvimento de arroz como parte da primeira Exposição Econômica e Comercial China-África realizada em Changsha, capital da Província de Hunan, no centro da China.

"É um grande prazer ajudar outros países em desenvolvimento a desenvolver arroz híbrido para resolver e superar seus problemas de escassez de alimentos", disse ele. "Estou confiante de que, através de nossos esforços conjuntos, o objetivo será realizado em um futuro próximo".

(Web editor: Fátima Fu, editor)

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