Bolsonaro recetivo à ajuda estrangeira para combater fogos da Amazônia

Fonte: Diário do Povo Online    28.08.2019 14h21

O presidente brasileiro Jair Bolsonaro disse estar disponível para aceitar ajuda estrangeira na luta contra os fogos que estão devastando a floresta amazônica, mas apenas na condição do Brasil controlar os fundos disponibilizados, segundo declarações de um porta-voz da presidência na terça-feira.

Bolsonaro tem estado envolvido em uma guerra de palavras com Macron, após a maior sequência de incêndios em anos se ter abatido sobre a Amazônia.

Os fogos chegaram mesmo a influenciar e ameaçar um acordo comercial entre a União Europeia e os países sul-americanos.

Um oficial brasileiro rejeitou na segunda-feira a oferta dos países do G7, de $20 milhões, para combater os fogos que estão devastando a floresta no Brasil e na Bolívia, dizendo que Macron deve “cuidar da sua casa e das suas colônias”.

Macron e Bolsonaro repetidamente entraram em divergência durante a última semana, com o líder francês acusando Bolsonaro de lhe mentir sobre os compromissos brasileiros para as mudanças climáticas, e ameaçando bloquear o acordo comercial UE-Mercosul que levou décadas a negociar.

Na segunda-feira, Macron reprovou o “extraordinariamente rude” Bolsonaro, após o líder brasileiro ter pessoalmente expressado aprovação por um post no Facebook implicando que Brigitte Macron não seria tão atraente como sua própria esposa, Michelle Bolsonaro.

Bolsonaro, um cético das alterações climáticas, encontra-se cada vez mais isolado no cenário global devido à sua resposta aos incêndios, os quais desencadearam protestos em todo mundo.

Os fogos não se limitam ao Brasil, com cerca de 10,000 quilômetros quadrados ardendo na Bolívia, próximo da fronteira com o Paraguai e o Brasil.

O presidente boliviano, Evo Morales, agradeceu de forma pouco calorosa a ajuda do G7, a qual descreveu como “pequena”.

Morales e o seu rival para a presidência boliviana suspenderam a campanha para lidar com os fogos vorazes que o presidente diz terem destruído 1,2 milhões de hectares de floresta e pradarias desde maio.

Os vizinhos Peru e Colômbia pediram na terça-feira a Bolsonaro para participar em um encontro a 6 de setembro para discutir o desastre e apresentar um plano coordenado de longo prazo para cessar a desflorestação. 

(Web editor: Renato Lu, editor)

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