A decisão do tesouro de rotular a China como “manipulador cambial” é totalmente errada, defende um governador do banco central do país na terça-feira.
A medida não só viola o senso comum da economia e do consenso internacional, mas falha em ir ao encontro dos critérios quantitativos dos supostos “manipuladores cambiais” aventados pelo Departamento do Tesouro norte-americano, segundo Chen Yulu, vice-governador do Banco Popular da China (BPC).
A China nunca recorreu à desvalorização competitiva e não irá usar a moeda como ferramenta de competição, de acordo com Chen.
Durante a crise financeira asiática de 1997 e a crise financeira global de 2008, a China sempre se comprometeu a manter a moeda estável, o que contribuiu em grande medida para a recuperação econômica global e para a estabilização do mercado internacional financeiro, disse Chen.
Desde a reforma cambial da China em 2005, a taxa de câmbio nominal do yuan apreciou em cerca de 40%. Enquanto isso, o atual superavit de conta do país caiu de 0,4% do PIB em 2018, face aos 9,2% de 2005, constatou.
A depreciação do yuan desde o início de agosto deve ser atribuída às oscilações de mercado causadas pelas mudanças no clima econômico global e na escalada das fricções comerciais, disse Chen, enfatizando que a desvalorização, a qual é decretada pelas forças de mercado, está completamente não relacionada com a manipulação cambial.
As disputas comerciais provocadas pelos EUA despoletaram várias oscilações no mercado financeiro global e, simultaneamente, trouxeram volatilidade tanto ao mercado financeiros dos EUA como ao índice do dólar desde 2018, afirmou Chen.
“Esperamos que os EUA possam mostrar respeito pela verdade e resolver as disputas econômicas e comerciais com a China de modo mais razoável e pragmático, antes de seguir longe demais no caminho errado”, concluiu.