China: dados do PIB considerados “razoáveis” apesar da pressão

Fonte: Diário do Povo Online    16.07.2019 09h38

País ainda tem margem para implementar medidas de estímulo econômico, segundo oficial do Banco Mundial.

O crescimento do PIB da China abrandou para 6,2% em termos anuais durante o segundo trimestre, sendo o mais baixo dos últimos 27 anos, quando teve início o registro da performance trimestral. Porém, os analistas referem que o rápido crescimento no setor do varejo e a estabilidade laboral, juntamente com possíveis medidas de apoio a serem implementadas na segunda metade do ano, irão contribuir para um crescimento satisfatório.

O crescimento no período entre abril e junho foi de 0,2 pontos porcentuais inferior face ao primeiro trimestre. O crescimento do PIB foi de 6,3% na primeira metade, segundo o Bureau Nacional de Estatísticas na segunda-feira.

As vendas do varejo cresceram acima do esperado, com 9,8% em termos anuais no mês de julho, o valor mais rápido desde março de 2018, e aumentou 8,4% na primeira metade, face aos 8,3% do primeiro trimestre.

O output industrial aumentou em 6,3% em termos anuais em junho, superando as expectativas gerais de mercado, em comparação com 5% no mês anterior, segundo o BNE. Na primeira metade, contudo, o crescimento do output industrial sofreu uma queda para 6%, abaixo dos 6,5% do primeiro trimestre.

O crescimento em ativos fixos foi de 5,8% na primeira metade do ano, face aos 6,3% no primeiro trimestre, segundo o BNE.

Yan Se, um economista da Universidade de Pequim, advertiu que a pressão permanece considerável, e citou algumas incertezas provenientes da disputa comercial sino-americana, dívida significativa dos governos locais e alguma falta de vitalidade no setor imobiliário.

“Achamos que no terceiro trimestre, o crescimento poderá continuar a cair até aos 6,1%”, disse.

Yan acrescentou que o governo central irá, com elevada probabilidade, focar-se nos riscos de dívida dos governos locais, aumentar o investimento em infraestruturas e recorrer à expansão monetária para estimular o crescimento. “Esses esforços irão ajudar a economia chinesa a resistir ao último trimestre”, afiança.

Martin Raiser, diretor do Banco Mundial para a China, afirma que, além de políticas fiscais e monetárias, a China necessita levar a cabo reformas estruturais para incrementar a produtividade ao reduzir desequilíbrios na alocação de terra e capital. A promoção da competição e abertura para encorajar uma maior difusão de tecnologias, e o estímulo à descoberta através do investimento em pesquisa e desenvolvimento, são também necessários.

(Web editor: Renato Lu, editor)

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