Jornalista português: BRI contribui para o desenvolvimento sustentável e redução das desigualdades

Fonte: Diário do Povo Online    29.04.2019 14h04

Por João Pimenta, correspondente da Agência Lusa na China

No segundo fórum dedicado à iniciativa Faixa e Rota, as autoridades chinesas sugeriram uma maior abertura da iniciativa, reafirmando o seu compromisso com o direito e regras internacionais e maior transparência nos projetos lançados naquele âmbito.

Esta decisão deverá provar-se o passo certo para reforçar a credibilidade de um plano que tem vindo a suscitar o debate nos meios académicos, diplomáticos e imprensa internacionais, passando a contar com o apoio de países, até à data, hesitantes.

No discurso inaugural, o Presidente chinês, Xi Jinping, prometeu maior abertura do mercado doméstico, mais transparência no crédito concedido para projetos no exterior, e garantiu ainda que a China vai reduzir entraves às importações.

O líder chinês vincou a necessidade em reforçar a "transparência" e o "aspeto verde" daquele gigantesco projeto internacional de infraestruturas, prometendo mesmo a criação de "mecanismos de monitorização".

"Devemos insistir nos conceitos de abertura, desenvolvimento verde e integridade moral" da iniciativa, disse Xi, que garantiu o "combate à corrupção com tolerância zero" e instou “todas as empresas participantes a cumprirem com os padrões internacionais".

Mais de metade dos 28 países membros da União Europeia apoiaram já formalmente a iniciativa.

 Em dezembro passado, durante a visita de Estado de Xi, Portugal assinou um memorando de entendimento no âmbito da Faixa e Rota, tornando-se um dos poucos países da Europa ocidental a apoiar formalmente o projeto.

 As autoridades portuguesas querem incluir uma rota atlântica no projeto chinês, o que permitiria ao porto de Sines ligar as rotas do Extremo Oriente ao oceano Atlântico, beneficiando do alargamento do canal do Panamá.

 Com isto, esperam maior ligação ao mercado chinês, reduzindo um deficit comercial com a China que, no ano passado, se fixou nos1.692 milhões de euros.

 A definição de novos padrões que garantam a sustentabilidade e transparência da iniciativa, abrindo-a à participação de instituições estrangeiras, deverão agora garantir a adesão de países até à data cautelosos.

 Na sua intervenção no segundo dia do Fórum, Xi Jinping pediu aos participantes para refletirem e alcançarem um consenso que garanta a "qualidade, resistência e sustentabilidade" dos projetos.

"Sob o atual contexto global, marcado por uma situação económica complexa, crescente instabilidade e incerteza e falta de dinamismo, o fortalecimento da cooperação internacional para maior interconectividade torna-se mais significativo", disse.

"A interconectividade é o objetivo principal da construção conjunta da ‘Faixa e Rota'", defendeu o líder chinês.

A visão geoeconómica da China inclui uma malha ferroviária e autoestradas a ligar a região oeste do país à Europa e Oceano Índico, cruzando Rússia e Ásia Central, e uma rede de portos em África e no Mediterrâneo, que reforçarão as ligações marítimas.

A iniciativa tem a vantagem de integrar na economia mundial regiões até agora pouco integradas, através da construção de aeroportos, centrais elétricas, pontes ou autoestradas, podendo contribuir para o desenvolvimento sustentável e redução das desigualdades.

(Web editor: Renato Lu, editor)

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