Por Zhang Zhouxiang, China Daily
A Expo Internacional de Horticultura irá atrair 110 países e organizações internacionais e mais de 120 entidades não oficiais. Um total de 41 centros de exibição ao ar livre estarão disponíveis, os quais organizarão 2500 atividades, incluindo aquelas que envolvem inteligência artificial e tecnologia 5G. Espera-se que o evento atraia um total de 16 milhões de visitantes domésticos e internacionais ao longo de toda a sua duração.
A Expo Internacional de Horticultura 2019 em Beijing, ocupa um recinto de 5,03km2, no sopé da Grande Muralha, no distrito de Yanqing da capital chinesa. Inaugurada ontem, a exposição contará com uma vasta panóplia de plantas, flores e conferências onde serão discutidas ideias de desenvolvimento verde. A Expo irá ter uma duração total de 162 dias,
No entanto, algumas vozes céticas têm recorrido às redes sociais para qualificar a Expo como “desperdício de dinheiro” e acusam-na de “usar demasiados recursos”. Ao construir tantos pavilhões para atrair participantes e visitantes, os organizadores gastam demasiado dinheiro, afirmam. Outros dizem que a Expo irá deixar uma área vasta em condições de abandono após a sua conclusão.
Vamos então apurar os fatos.
De acordo com o relatório de implementação orçamental de 2018, publicado pelo departamento financeiro municipal de Beijing em março passado, a cidade gastou 5 bilhões de yuans em custos de preparação anual, mas apenas parte deles foram aplicados nos trabalhos de preparação para a Expo. A cidade alocou também fundos para promover a governança social entre as comunidades próximas ao local do evento.
O relatório não oferece detalhes, no entanto, considerando o elevado número de itens incluídos no orçamento, o valor total gasto na expo deverá ser inferior a 10 bilhões de yuans.
Sejamos claros, o montante não foi gasto em vão. Os 16 milhões de visitantes estimados significam 16 milhões de ingressos, os quais ajudarão a cobrir parte considerável do custo. Além disso, tendo em conta que o dinheiro que os visitantes despendem em voos e viagens de trem serão taxados, Beijing irá obter daí um retorno extra.
Os membros do staff, provenientes de 110 países e organizações internacionais precisam de alimentação e acomodação, além de bens de consumo durante a sua estadia em Beijing. Esse fator, de certo modo, contribuirá para o consumo na capital.
Em comparação com as imensas oportunidades comerciais que a Expo irá criar, os custos são diminutos. A Expo contribuirá ainda para apresentar ao mundo a horticultura na China e estimulará vários visitantes a adquirir os produtos hortícolas do país, bem como serviços. Se arquitetos paisagistas chineses forem contratados para construir jardins de estilo chinês no resto do mundo, as marcas chinesas serão melhor conhecidas no estrangeiro.
Pondo de parte o fator econômico, os pavilhões irão servir de jardins imensos, após as plantas desabrocharem. Os pavilhões não abriram ainda, mas julgando por alguns dos vídeos e fotografias promocionais nas redes sociais, a maior parte deles ficará coberto de verde. Uma área verde de 5km2 ajudará também à melhoria da qualidade atmosférica.
A China é o único país em desenvolvimento a realizar a Expo Internacional de Horticultura por 3 vezes – Kunming realizou a primeira, em 1999, e Shenyang a segunda, em 2006.
Considerando que as cidades anfitriãs são conhecidas por preservar os locais da Expo, elas tornam-se centros turísticos permanentes. De fato, os centros de Kunming e Shenyang são hoje atrações turísticas populares. Ambas as cidades testemunharam um rápido crescimento econômico após realizarem a Expo, em parte graças ao aumento do fluxo turístico.
Há, portanto, razões de sobra para acreditar que o consume, rendimento e estatuto de Beijing irá sair beneficiados.