BEIJING,4 de abr (Diário do Povo Online) - Corporações de bombeiros em toda a China ficam alerta para possíveis ocorrências de incêndios a cada primavera, altura em que as florestas são particularmente sensíveis à deflagração de fogos.
Pelo menos 8 fogos florestais ocorreram desde o início do ano, sendo que o mais letal provocou a morte a 30 pessoas que o combatiam.
Em uma tentativa de melhorar a eficiência das operações de combate a incêndios e reduzir os riscos de segurança, várias corporações de bombeiros começaram comissionar e modificar equipamentos militares, como canhões de artilharia e tanques, para o combate ao fogo.
De acordo com a China North Industries Group Corp, conhecida como Norinco, 8 canhões de artilharia, desenhados e construídos pela empresa, chegaram à aldeia de Guojiaping, em Changzhi, na província de Shanxi, no domingo, a pedido das autoridades provinciais para ajudar a extinguir um incêndio que se vinha propagando em uma montanha vizinha por dias a fio.
Os canhões foram usados na segunda-feira para disparar projéteis, contendo agentes capazes de debelar as chamas, para o monte. Graças ao contributo destes equipamentos, os bombeiros conseguiram conter o incêndio até à tarde, segundo o conglomerado estatal de defesa.
De acordo com a Norinco, o canhão tem um alcance de disparo de 8km. Cada um dos seus projéteis pode espalhar agentes extintores em um raio de cerca de 20 metros quadrados. O canhão dispõe de grande mobilidade e precisão, sendo adequado ao combate a incêndios de grande dimensão.
Esta não é a primeira vez que a Norinco, o maior fabricante de armamentos para equipamentos bélicos terrestres, entrou no setor do combate aos fogos. Antes do canhão, a empresa havia desenvolvido e vendido tanques adaptados ao combate a incêndios.
Com o chassis e a blindagem de um taque de guerra, os veículos podem proteger a tripulação do fogo, explosões, e colapsos de edifícios, tendo a capacidade para superar obstáculos de meio metro de altura ou trincheiras de 2 metros. Os veículos dispõem de dispositivos de aspersão e de um revestimento à prova de fogo capaz de manter as temperaturas abrasadoras fora do alcance do seu interior.
Os tanques podem também se aproximar mais dos fogos do que um caminhão de combate a incêndios convencional, tornando-os ideais para missões de busca e salvamento, refere a Norinco.
Dispondo de motores diesel de 520 cavalos e equipados com dispositivos hidráulicos, os tanques têm a capacidade de remover obstáculos com até 15 toneladas métricas. As suas lagartas metalizadas permitem-lhes operar em inclinações, terrenos rochosos e sobre os escombros de edifícios colapsados.
O canhão de água nos veículos pode aspergir água até 65 metros.
Os especialistas consideram que os ferimentos dos bombeiros são essencialmente causados pela proximidade às chamas, explosões, ou a edifícios que colapsam aquando da sua entrada em áreas às quais os caminhões têm dificuldade em aceder.
A Rússia e a Alemanha transformaram também tanques antigos em veículos de combate a incêndios.