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Diálogo estratégico China-EU enfatiza cooperação bilateral

Fonte: Diário do Povo Online    19.03.2019 10h18

BRUXELAS,18 de mar (Diário do Povo Online) - O nono turno do Diálogo Estratégico de Alto Nível China-UE em Bruxelas realçou a necessidade de reforçar a parceria bilateral.

O diálogo foi co-dirigido pelo Conselheiro de Estado e chanceler da China, Wang Yi, e pela alta representante para os assuntos externos e política de segurança da UE, Federica Mogherini.

Wang afirmou que a China e a UE são parceiros estratégicos. Perante uma situação internacional turbulenta, ambos os lados desenvolveram uma comunicação e cooperação frutuosas, desempenhando o papel de “estabilizadores”.

A China e a Europa, enquanto dois dos maiores poderes do mundo, devem acatar com esta responsabilidade. O nível e escopo da cooperação bilateral estão em um máximo histórico, havendo ainda grande margem de progressão, disse Wang.

Os dois lados devem, segundo Wang, continuar a cooperação, adotar uma orientação de solucionamento de problemas, explorar novos métodos, novas áreas e novos catalisadores nas parcerias relacionadas com a paz, crescimento, reforma e civilização.

Wang ressaltou três pontos. Primeiro, que a natureza das relações China-UE é manifestamente cooperativa. O consenso existente é o de focar no desenvolvimento das relações bilaterais, embora as duas partes difiram em algumas questões.

Wang acredita que não existe conflito de interesses entre a China e a UE. Os dois podem atingir vários consensos e controlar as diferenças, maximizando os interesses comuns das duas partes.

Em segundo lugar, a finalidade da cooperação China-UE é atingir o benefício mútuo e resultados proveitosos para as duas partes, disse Wang, desejando que a Europa possa beneficiar da nova senda de reforma e abertura da China.

O chanceler voltou a convidar a Europa para participar na construção da iniciativa do Cinturão e Rota, e disse esperar que o plano de conectividade Europa-Ásia possa complementar a iniciativa do Cinturão e Rota.

Por último, Wang disse que o respeito dos interesses fundamentais de ambas as partes é a chave para a confiança entre a China e a UE, deixando o apelo a que a UE possa ser discreta nas palavras e ações. A China está disponível para trabalhar com a UE para manter um sólido desenvolvimento de relações bilaterais, em prol dos povos de ambas as partes, contribuindo para a paz e o desenvolvimento mundial.

Mogherini disse que as relações UE-China atingiram um novo máximo nos últimos 5 anos em termos da sua profundidade e extensão. Ambos partilham da postura contra o unilateralismo e protecionismo, e ambos apoiam a ordem internacional estabelecida em torno das Nações Unidas.

Pela primeira vez, o ministro das Relações Exteriores chinês reuniu-se com os seus congêneres de 28 estados membros da UE na segunda-feira, tendo todos eles discutido o reforço da cooperação EU-China. A EU considera a China um importante parceiro estratégico, não somente economicamente, mas também politicamente, segundo Mogherini.

O novo documento da UE relativo à política sobre a China publicado na semana passada não irá substituir a atual cooperação estratégica da UE com a China, disse ela. A UE não tem intenção de conter o desenvolvimento da China, frisou, referindo que é “impossível” fazê-lo. A UE, segundo ela, pretende que a China desempenhe um papel maior em questões globais.

A UE, prosseguiu, tem divergências com a China em algumas questões, mas sempre considerou a parceria bilateral estratégica da perspetiva da prosperidade comum. A UE irá continuar a aderir à política de uma só China sem qualquer alteração.

Mogherini ressaltou que a UE, juntamente com a China, irá promover a implementação de acordos multilaterais e trabalhar conjuntamente em questões como o acordo de Paris, o acordo nuclear do Irã, objetivos de desenvolvimento sustentáveis, desenvolvimento africano, etc.

A UE está disposta a melhorar a conectividade e a comunicação com a Ásia, a explorar as complementaridades com a iniciativa do Cinturão e Rota e cooperar com terceiros. A UE espera reforçar a entreajuda em matéria de segurança e defesa com a China. Os dois lados podem cooperar em segurança cibernética, salvaguardar a abertura, segurança e estabilidade da internet, e estabelecer uma ordem mundial digital baseada em regras, observou Mogherini.

As duas partes trocaram ainda opiniões sobre a situação internacional atual, as respetivas relações com as potências mundiais, e assuntos de ordem global e regional. 

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