Apple inicia o ano com queda de vendas do iPhone

Fonte: Diário do Povo Online    31.01.2019 10h25

CUPERTINO, EUA, 31 de jan (Diário do Povo Online) – A Apple pretendia compensar a desaceleração da demanda por iPhones, elevando os preços de seu produto mais importante. Tal estratégia não foi bem sucedida, uma vez que as vendas caíram durante a temporada de compras natalinas.

Os resultados divulgados na terça-feira revelaram a magnitude da queda do iPhone - uma quebra de 15% nas receitas em relação ao ano anterior. O declínio do produto mais lucrativo da Apple fez com que os lucros totais da Apple no trimestre de outubro a dezembro despencassem para US $ 20 bilhões.

O Tim Cook, o CEO da empresa, enfrenta agora seu maior desafio desde a substituição do co-fundador Steve Jobs, há 7 anos atrás. Numa altura em que tenta incentivar as vendas do iPhone, Cook deverá também provar que a Apple pode prosperar mesmo sem recuperar a demanda.

É uma batalha difícil, dado que as ações da Apple perderam um terço de seu valor em menos de quatro meses, eliminando cerca de US $ 370 bilhões em riqueza de acionistas.

Cook criticou Wall Street no início de janeiro ao divulgar que a empresa havia perdido suas próprias projeções de receita pela primeira vez em 15 anos. A última vez que isso aconteceu, o iPod estava apenas começando a transformar a Apple.

"Este momento é decisivo para a Cook", disse o analista da Wedbush Securities, Daniel Ives. "Ele perdeu credibilidade em Wall Street, por isso deverá dar suporte enquanto a empresa entra neste próximo capítulo." Os resultados para o período de outubro a dezembro superaram as expectativas dos analistas. Além do declínio nos lucros, a receita da Apple caiu 5% em relação ao ano anterior, para US $ 84 bilhões.

Isso marcou a primeira vez em mais de dois anos que a receita trimestral da Apple caiu em relação ao ano anterior. Isso ocorreu devido ao declínio do iPhone, cujas vendas caíram para US $ 52 bilhões, uma queda de mais de US $ 9 bilhões em termos homólogos.

A decepção do trimestre passado intensificou o foco na previsão da Apple para os três primeiros meses do ano, com os investidores tentando entender melhor as vendas do iPhone até os próximos modelos serem lançados no outono.

A Apple previu que sua receita para o período de janeiro a março vai variar entre US $ 55 bilhões e US $ 59 bilhões. Analistas pesquisados pela FactSet anteciparam uma receita de cerca de US $ 59 bilhões.

Os investidores reagiram positivamente, elevando as ações da Apple em 5,5%, para US $ 163,06, após o lançamento do relatório.

"Nós não mudaremos nossa posição com a de ninguém", assegurou Cook aos analistas durante uma teleconferência sobre o último trimestre e os próximos meses.

A empresa não previu quantos iPhones serão vendidos, algo que a Apple fez desde que o produto chegou ao mercado em 2007 e transformou a sociedade, assim como a tecnologia.

A Apple não está mais divulgando quantos iPhones enviou após o trimestre estar concluído, uma mudança que Cook anunciou em novembro. Essa mudança inesperada levantou suspeitas de que a Apple estava tentando esconder uma queda próxima nas vendas do iPhone - temores que foram percebidos durante a temporada festiva.

Cook traça a maioria dos problemas do iPhone para uma economia enfraquecida na China, o segundo maior mercado da empresa atrás dos EUA. A companhia também enfrenta uma concorrência mais dura no país asiátivo, onde empresas como a Huawei e a Xiaomi vêm conquistando consumidores de smartphones no país, por possuírem muitos dos recursos dos iPhones a preços mais competitivos.

Apesar da disputa comercial iniciada no ano passado pelo presidente Donald Trump ter prejudicado a China e, potencialmente, ter feito com que alguns consumidores boicotassem os produtos norte-americanos, muitos analistas acreditam que o mau desempenho do iPhone decorre também de outras questões.

Entre eles estão os preços mais altos - o iPhone mais caro da Apple custa agora US $ 1.350 - para modelos mais novos que não são muito melhores que os da geração anterior, dando pouco incentivo aos consumidores para deixarem de usar o dispositivo que já possuem até se desgastarem.

"Oitenta por cento do problema da Apple é a arrogância de preços e a falta de inovação", disse Ives.

(Web editor: Juliano Ma, editor)

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