Cinturão e Rota: oportunidade histórica para o intercâmbio econômico sino-lusófono (2)

Fonte: Xinhua    04.01.2019 14h13

O Brasil foi o país convidado de honra da Exposição Internacional de Importação da China (CIIE, em inglês), realizada em novembro de 2018. Ao todo, 87 empresas brasileiras de diversos setores, como alimentos e bebidas, comércio e serviços, acessórios e bens de consumo e equipamentos médicos, participaram do evento juntamente com uma comitiva de empresários e representantes do governo brasileiro organizada pela Agência Brasileira de Promoção de Exportação e Investimentos (Apex-Brasil).

Segundo Márcia Nejaim, diretora de Negócios da Apex-Brasil, no futuro cerca de 500 empresas brasileiras deverão entrar na China por meio de plataformas de comércio eletrônico.

No setor de investimento, as aplicações chinesas no mundo lusófono totalizaram mais de US$50 bilhões, sendo a China um dos maiores investidores estrangeiros também em Portugal e Moçambique. Empresas do país asiático cooperam com empresas lusófonas através de novas formas de cooperação em setores como eletricidade e seguros.

Para o embaixador de Portugal em Beijing, José Augusto Duarte, a China é um grande investidor e esses investimentos têm contribuído para criar novas vagas de trabalho e dado uma contribuição muito importante para a economia de Portugal. Segundo ele, antes a China era um país muito importante para Portugal do ponto de vista da história, mas desde 2011, tornou-se também importante sob uma perspectiva econômica, passando a ser um dos principais investidores no país europeu.

"Refiro-me a uma série de empresas estatais e privadas chinesas que têm investido e feito suas opções estratégicas em Portugal, em setores tão diferentes como a saúde, energia, o sistema bancário, o sistema de seguros, água e tratamento de água", indicou o embaixador. O diplomata acrescentou que estes investimentos aproximam os dois países e "criam novas parcerias, novos interesses conjuntos". "Nós sentimos que juntos temos mais a ganhar do que separados", completou.

Durante a Cúpula de Beijing do Fórum de Cooperação China-África (FOCAC), realizada em setembro de 2018 em Beijing, foi garantida a inclusão da África na Iniciativa do Cinturão e Rota. A inclusão da África nos projetos de cooperação da China, especialmente aqueles ligados ao Cinturão e Rota, já é uma realidade. Exemplos dessa nova realidade africana que fala português são a Ponte Maputo-Katembe, em Moçambique e o Caminho de Ferro de Benguela, em Angola. Simbólico e pragmático foi a participação de São Tomé e Príncipe na Cúpula de Beijing do FOCAC deste ano. Além de São Tomé e Príncipe, estiveram presentes na reunião todos os outros países africanos de língua portuguesa - Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau e Moçambique.

Para José Medeiros, a distância geográfica que separa os países de língua portuguesa da China não é um impedimento. "Quanto mais o Brasil e os países que falam a língua de Camões dialogarem e interagirem com a China, mais nos aproximaremos do denominador comum dessa 'vontade', criando novos caminhos para o reforço da amizade entre nossas civilizações e contribuindo para a construção de um mundo onde as diferenças possam ser celebradas e a paz fortalecida", acrescentou.

Neste sentido, a Iniciativa do Cinturão e Rota ganha destaque ainda maior na cooperação atual entre a China e os países lusófonos. Todos os países lusófonos são litorais ou insulares, e Portugal, Moçambique e Timor Leste ficam ao longo da antiga Rota da Seda Marítima, o que mostra a nova vitalidade que a Iniciativa do Cinturão e Rota pode desempenhar.

A cooperação econômica e comercial entre a China e os países lusófonos está num novo ponto de partida e terá mais avanços no âmbito da iniciativa do Cinturão e Rota. Para ajudar na sua construção e fortalecer o diálogo intercultural, a China sediará em 2019 o 2º Fórum do Cinturão e Rota para Cooperação Internacional. Para os países ao longo do cinturão, especialmente os países em desenvolvimento, o fórum proporcionará um espaço para os países participantes dialogarem em torno de um projeto que proporciona-lhes uma janela histórica de desenvolvimento pacífico e cooperativo. Os países de língua portuguesa podem e devem aproveitar a oportunidade.


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(Web editor: 张睿, editor)

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