Beijing, 16 out (Xinhua) -- A Comissão de Supervisão e Administração de Ativos Estatais (CSAAE) revelou nesta segunda-feira que as empresas estatais administradas pelo governo central da China mantiveram um forte crescimento de receitas nos primeiros três trimestres do ano.

As receitas agregadas das cerca de 100 dessas empresas aumentaram 11% em termos anuais, chegando a 21,1 trilhões de yuans (US$ 3,05 trilhões) de janeiro a setembro.

O crescimento de receitas subiu dos 10,1% registrados no primeiro semestre do ano. "Tem havido uma tendência estável e constante", disse o porta-voz da CSAAE, Peng Huagang, em uma entrevista coletiva.

Em setembro, 19 empresas estatais centrais registraram um aumento de receitas superior a 20% ante o ano passado.

Peng afirmou que essas empresas também tiveram uma melhor rentabilidade, já que seus lucros combinados expandiram 21,5% nos primeiros nove meses. As empresas industriais, com um salto de 33,7% em lucros, contribuíram com mais de 80% do crescimento total de ganhos das estatais centrais.

Uma série de outros indicadores financeiros dessas empresas também foi divulgada, apresentando uma maior queda na relação dívida/ativo, investimento robusto em ativos fixos e salto no fluxo de caixa.

O porta-voz atribuiu o melhor desempenho à reforma estrutural no lado da oferta do país, que criou um melhor macro-ambiente para a economia real, e às reformas na promoção de propriedade mista e governança corporativa moderna.

Segundo Peng, a ênfase na prevenção de riscos da China, incluindo o controle da dívida e a reestruturação dos negócios financeiros, também ajudou no desenvolvimento estável das empresas estatais.

As estatais chinesas costumavam ser consideradas menos competitivas e conhecidas por ter excesso de funcionários. Todavia, uma série de reformas nos últimos anos revigorou as empresas entorpecidas, tornando-as mais orientadas pelo mercado.

A consolidação está em andamento. O número de estatais centrais caiu de 116 em 2012 para 96. Os investidores privados foram incentivados a possuírem maiores participações. A proporção das empresas de propriedade mista sob estatais centrais subiu de 65,7% em 2013 para 68,9% em 2016. Desde 2017, mais de 420 bilhões de yuans de capital não público foram introduzidos nessas empresas.

Peng assinalou que as estatais também reduziram rapidamente o excesso de capacidade e cortaram as "empresas zumbis" deficitárias e endividadas.

"Depois de 40 anos de reforma e abertura, as empresas estatais foram integradas à economia de mercado", disse Peng. "A China tem como objetivo transformar as estatais em entidades de mercado verdadeiramente independentes que sejam iguais a outros tipos de empresas no uso de fatores de produção, na competição de mercado e sob a proteção da lei."