Guangzhou consolida sua posição como centro de comércio

Fonte: Diário do Povo Online    16.10.2018 10h02

A cidade, lar da Feira de Cantão, tem estado envolvida na exportação de produtos chineses por mais de 2000 anos.

GUANGZHOU, 16 de out (Diário do Povo Online) - A 124ª edição do maior evento comercial da China é inaugurada na segunda-feira em Guangzhou, provavelmente a única cidade na China que tem vindo a ser um polo comercial notável por mais de 2000 anos.

Desde as dinastias Qin (221-206 A.C.) e Han (206B.C.- 220D.C.), produtos como seda, porcelana, ferro, papel, ouro e prata foram expedidos para o exterior a partir de Guangzhou, na costa sul da China.

A cidade se tornou depois um dos maiores centros de comércio do mundo, com cada vez mais relevância ao longo das dinastias Tang (618-907), Song (960-1279), Yuan (1271-1368), Ming (1368-1644) e Qing (1644-1911), quando uma imensa variedade de produtos chineses eram exportados para o Oriente Médio, África e Europa.

Mais recentemente, a capital da província de Guangdong testemunhou um aumento do volume de importações e exportações de 66 vezes entre 1987 e 2017.

A Feira de Importação e Exportação de Guangzhou, melhor conhecida como Feira de Cantão, ajudou a cidade a consolidar o seu papel enquanto polo comercial importante desde o seu lançamento pelo Ministério de Comércio e pelo Centro de Comércio Externo da China em 1957.

A feira tem lugar a cada primavera e outono, e na conclusão da 123ª sessão, na primavera, o volume de exportações acumulado atingiu cerca de 1.33 trilhão de dólares americanos, com o número total de compradores além-mar ascendendo aos 8.42 milhões, de acordo com os organizadores da feira.

“A posição de liderança de Guangzhou enquanto centro de comércio foi consolidada desde a implementação da política de reforma e abertura, no final da década de 70, com um crescente número de empresas a começar operações de manufatura na região do delta do Rio das Pérolas”, disse Zhang Yueguo, diretor da Academia de Ciências Sociais de Guangzhou.

 “A feira de Cantão serve de barómetro do comércio externo do país. É a janela, epitomo e símbolo da abertura da China”.

O PIB de Guangzhou cresceu 7% em termos anuais para 2.15 trilhões de yuans (311.11$ bilhões) no ano passado, com o volume de importações e exportações aumentando em 13.7% para 971.44 bilhões de yuans.

“O desenvolvimento robusto do comércio tem sido um fator-chave a impulsionar o desenvolvimento econômico de Guangzhou”, disse Zhang.

A importância do comércio externo é refletida no rápido desenvolvimento das infraestruturas portuárias.

A Terceira fase do terminal de contêineres no porto Nansha de Guangzhou foi colocada em operação no ano passado, e a construção do quarto terminal, com investimentos das autoridades de Guangzhou, Foshan e Zhongshan, começou no início deste ano.

O porto inaugurou 31 rotas de contêineres domésticas e além-mar em 2017, 12 das quais rumaram a destinos no estrangeiro. A capacidade de despacho atingiu as 589 milhões de toneladas métricas, tornando-o um dos maiores portos do mundo.

“Após 40 anos de desenvolvimento, cada vez mais produtos de alta tecnologia estão sendo enviados de Guangzhou para mercados no exterior”, disse Zhang. “Isso é devido ao aumento da manufatura avançada e de indústrias inteligentes, amigas do ambiente e de ponta que têm investido na cidade”.

O output de veículos a novas energias cresceu em 55% no ano passado, a produção de robôs aumentou em 21% e as telas de LED em 13.7%, de acordo com a repartição de estatística de Guangzhou.

“Desde a reforma e abertura, Guangzhou desenvolveu-se não só como polo de comércio internacional, mas também como base para as indústrias modernas de ponta”, disse Xiong Yifang, co-fundador da Ehang, uma empresa de veículos aéreos inteligentes.

Fundada em 2014 em Guangzhou, a Ehang, uma das principais fabricantes de drones do país, está agora buscando a cooperação com parceiros no exterior em diversas áreas, afirmou Xiong.

Em fevereiro, a empresa testou o antecipado modelo Ehang 184, o primeiro veículo de transporte aéreo de passageiros não tripulado. O veículo, totalmente elétrico, tem 4 braços com 8 hélices e pode levar uma pessoa de 30km a 50km em meia hora.

“O rápido desenvolvimento da Ehang tem sido baseado no ambiente de abertura e de inovação da cidade”, disse Xiong.

(Web editor: Chen Ying, editor)

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