China: maior projeto nacional de estudo do genoma dá frutos

Fonte: Diário do Povo Online    11.10.2018 14h37

O estudo irá auxiliar o desenvolvimento de novos medicamentos e a gestão do setor de saúde.

BEIJING, 11 de out (Diário do Povo Online) - O estudo do genoma de mais de 140,000 pessoas expandiu consideravelmente o conhecimento da China da sua vasta população e grupos étnicos.

Estudos prévios da população chinesa apenas envolveram alguns milhares de pessoas, principalmente da etnia Han, predominantemente da costa oriental.

Enquanto maior estudo do tipo na população chinesa até à data, o projeto coube ao Beijing Genomics Institute (BGI), tendo sido publicado pela revista acadêmica internacional Cell, a 4 de outubro.

“O estudo é significativo para o desenvolvimento da indústria médica chinesa, a qual tem dependido de tecnologias e estudos estrangeiros por um longo período de tempo, devido ao facto do país não ter acesso a dados suficientes sobre o genoma da população chinesa”, disse Xu Xun, presidente do BGI Research, e líder do estudo.

O estudo apurou que a estrutura genética dos vários grupos étnicos contém 6 genes que apresentam diferenças significativas das pessoas ao longo de diferentes latitudes, bem como os patrões genéticos entre europeus, habitantes do sul da Ásia, da Ásia Oriental e chineses.

Por exemplo, pessoas da região sul da China desenvolveram uma maior imunidade contra a malária do que os conterrâneos do norte, mas um gene relacionado com metabolismo de ácido gordo tem uma frequência bastante maior nas províncias do norte.

Além disso, as pessoas de Gansu e Qinghai, uma área chave da Rota da Seda, partilham de mais genes com os europeus.

Foram também descobertas novas associações entre chineses, seus genes e condições de saúde, tais como deficiências no nascimento, doenças infeciosas e variantes de câncer.

Cerca de 78% dos estudos no mundo sobre o relacionamento dos genes e das doenças são baseados em indivíduos europeus, acrescentou Xu.

Os dados mais recentes abrangem todas as 31 unidades administrativas de nível provincial na parte continental da China, as quais representam a etnia Han, bem como 36 outras minorias.

“Durante os próximos 3 anos, o BGI planeja continuar a expansão da base de dados para 1 milhão”, afirmou Xu. A BGI começou o Million Chinese Genome Project em 2016 e o estudo de Xu representa a sua primeira fase.

O estudo do genoma a nível nacional tem sido amplamente considerado como um fator significativo para aferir a competência de uma nação no domínio biomédico.

No Reino Unido, o líder no setor, um estudo de 500,000 amostras terminou, sendo que um outro projeto, com base em uma população de 5 milhões, foi anunciado no início deste mês.

Investigadores do BGI admitiram que existe ainda um fosso entre a investigação genética da China e a equivalente na Europa e nos EUA. Contudo, constatou-se que este é cada vez menor.

(Web editor: Chen Ying, editor)

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