Roma, 27 set (Xinhua) -- O livro branco divulgado recentemente pela China sobre sua disputa comercial com os Estados Unidos defende o livre comércio, disseram economistas italianos que têm seguido o assunto.
A publicação, intitulada "Fatos e Posição da China na Disputa Comercial China-EUA" e divulgada na segunda-feira, define a resposta do governo chinês para as críticas dos Estados Unidos, incluindo acusações em relação ao desequilíbrio comercial visível, a política de subsídio e o roubo alegado de propriedade intelectual.
"Essas tarifas elevadas e esse problema em geral não começaram com a China. Eles começaram com os Estados Unidos", disse Umberto Triulzi, economista da Faculdade de Ciências Políticas da Universidade de Sapienza em Roma, em entrevista à Xinhua.
"Eu acho que isso mostra quão importante é para a China defender o comércio aberto, e para o mundo saber que o país é fortemente a favor do comércio aberto", disse ele.
Triulzi disse que o livro branco é provavelmente "mais um documento político que econômico", argumentando que a publicação ajudaria a fazer um ponto sobre a prioridade da China para manter canais comerciais mundiais abertos.
Antonio Majocchi, especialista em negócios internacionais da Universidade de Pavia, disse que a posição da China tal como demonstrou no livro branco não é uma surpresa.
"Isso é esperado", disse Majocchi à Xinhua. "Qualquer economia de rápido crescimento dirigida pela exportação tomaria essa posição. É a mesma opinião que os Estados Unidos tiveram depois da Segunda Guerra Mundial, quando eles eram o mais importante exportador."
"O ponto sobre livre comércio é correto, e atualmente é a vez da China fazer isso", analisou Majocchi.
Os Estados Unidos, desconsiderando a oposição internacional e a contrariedade doméstica, anunciou recentemente a decisão de impor tarifas adicionais de 10% sobre US$ 200 bilhões em produtos chineses a partir de 24 de setembro.
A China respondeu de modo firme, mas comedido, ao sujeitar cerca de US$ 60 bilhões de importações norte-americanas a tarifas retaliatórias.
A China está aberta a consultas e negociações para solucionar questões de comércio com os Estados Unidos, mas tais conversas devem ter como base igualdade e sinceridade, disse na terça-feira o vice-ministro chinês do Comércio, Wang Shouwen, que também é vice-representante de comércio internacional da China.