Washington, 28 set (Xinhua) -- Cientistas chineses descobriram que a vacina para frangos em 2017 funcionou eficazmente para controlar a gripe aviária que começou em 2013 na China, mas novos riscos surgem agora entre os patos, o que exige mais vacinas.

O estudo publicado na quinta-feira na revista Cell Host & Microbe revelou que a vacinação de frangos preveniu com sucesso a expansão do vírus H7N9 na China, pois nenhuma infecção humana foi detectada desde fevereiro de 2018, indicando que os consumidores de ave têm sido bem protegidos contra a infecção do H7N9.

Pesquisadores coletaram 37.928 amostras genéticas de frango e 15.956 de pato, 8 meses antes e 5 meses depois da administração da vacina. Eles detectaram 304 vírus H7N9 antes da vacinação, e apenas 17 do H7N9 e um do H7N2 depois.

Mas as descobertas também sugeriram que duas novas variações genéticas dos subtipos do H7N9 e H7N2 tinham sido detectados em patos não vacinados.

"Fiquei surpreendido que os subtipos inéditos e altamente patogênicos tinham surgido e se adaptaram tão bem nos patos, porque a forma original do H7N9 altamente patogênico tem uma capacidade muito limitada para se replicar nos patos", disse Chen Hualan, virologista animal do Instituto de Pesquisa Veterinária de Harbin.

O vírus da gripe aviária se replica em células do anfitrião e frequentemente tem mutações e reclassificação com o passar do tempo. Quando a equipe de Chen examinou atentamente os tipos genéticos das cepas causadoras da doença nos patos, eles descobriram que um vírus do H7N2 e um do H7N9 tomaram certos segmentos do gene de outro vírus da gripe nos patos, melhorando sua habilidade de infectá-los.

"O vírus da gripe se transforma desde que eles se repliquem, mas é muito difícil prever quando o vírus do H7N9 obterá uma mutação prejudicial particular", disse Chen. "É possível que o vírus se adapte em outras espécies no futuro se ele não for eliminado em breve."

Os chineses consomem aproximadamente 3 bilhões de patos e 14 bilhões de frangos por ano. Para prevenir mais infecções humanas, Chen sugeriu que o vírus deve ser eliminado nos patos o mais breve possível.

"Nosso estudo indica que a atual vacina funcionará bem nos patos, por isso não precisamos desenvolver uma nova", disse Chen.