Beijing, 25 set (Xinhua) -- O protecionismo comercial prejudicará basicamente os interesses dos EUA, de acordo com um livro branco divulgado na segunda-feira pelo Departamento de Comunicação do Conselho de Estado da China intitulado "Os fatos e a Posição da China sobre a Fricção Comercial China-EUA".
"Graças à globalização econômica, as economias, particularmente as maiores, são altamente interdependentes. Enfim, as guerras comerciais iniciadas unilateralmente pela administração dos EUA prejudicarão não apenas as outras economias, mas também os interesses dos próprios Estados Unidos", disse o documento.
O livro branco mostra que o protecionismo comercial aumentará o custo de produção e afetará os empregos americanos. Ele cita um relatório do Instituto Peterson de Economia Internacional (PIIE) que afirma que 95% dos produtos chineses afetados pelo aumento das tarifas são peças e componentes eletrônicos usados nos produtos finais fabricados nos Estados Unidos. Aumentar as tarifas desses produtos chineses nada mais fará do que prejudicar as empresas nos EUA.
"O PIIE também prevê que elevar as tarifas sobre automóveis importados fará com que 195.000 trabalhadores dos EUA percam os seus empregos. Se outros países retaliarem, 624.000 empregos serão perdidos nos EUA", cita o documento.
O protecionismo comercial elevará os preços nos Estados Unidos e prejudicará os consumidores.
Os bens de consumo representam uma parcela considerável das importações norte-americanas desde a China. "A parcela (excluindo-se alimentos e automóveis) ficou em 46,6% em 2017, segundo o Departamento de Análise Econômica do Departamento de Comércio dos EUA. Por muitos anos, a importação de produtos baratos mas de qualidade desde a China tem sido chave para manter a inflação baixa nos Estados Unidos."
O Sindicato Nacional dos Contribuintes dos EUA advertiu em uma carta aberta ao Congresso e ao presidente Donald Trump em 3 de maio de 2018 que o aumento do protecionismo aumentaria os preços que os consumidores americanos têm de pagar pelos produtos, e que poucas pessoas ganhariam com essa mudança.
O protecionismo comercial desencadeia contramedidas dos parceiros comerciais e, por sua vez, prejudicará a economia dos EUA.
"A guerra comercial travada pela administração dos EUA contra a China e muitos outros importantes parceiros comerciais levou a contramedidas e causará enormes prejuízos a algumas regiões, indústrias e empresas nos Estados Unidos", disse o documento.
Ainda de acordo com o livro branco, até o final de julho de 2018, os maiores parceiros comerciais dos EUA, incluindo China, Canadá, México, Rússia, União Europeia e Turquia haviam anunciado contramedidas ao protecionismo comercial dos EUA, chegando mesmo a entrar com precesso na Organização Mundial do Comércio.
O protecionismo comercial também corrói a confiança dos investidores no ambiente econômico americano e resulta em menos investimento estrangeiro direto nos Estados Unidos.
"À medida que o atrito comercial aumenta, as empresas se sentem menos confiantes e mais hesitantes em investir", afirmou o livro branco.
De acordo com o documento, Adam Posen, presidente do PIIE, disse que além do custo da guerra comercial, a política de "nacionalismo econômico" do governo dos EUA tem afetado outras áreas importantes: o investimento interno líquido nos EUA por empresas multinacionais, tanto estrangeiras como americanas, caiu para quase zero.