Beijing, 20 ago (Xinhua) -- Empresas chinesas apostam no fornecimento estrangeiro de soja e nos substitutos de ração de soja para compensar a queda nas importações dos Estados Unidos, informaram fontes da indústria.
Uma pesquisa com companhias mostrou uma prontidão e proatividade generalizada no setor, já que as empresas chinesas recorrem aos fornecedores mais competitivos da América do Sul e de outras partes do mundo.
Entre maio e agosto, mais de 36 milhões de toneladas de soja sul-americana chegaram à China, com mais para vir em novembro.
Zhao Changjiang, funcionário da trader estatal de grãos COFCO, disse que a companhia fez investigações sobre rações de canola, sementes de algodão e girassol com países como Índia, Canadá e Ucrânia para preencher a lacuna deixada pela redução das importações norte-americanas.
A canola canadense pode ser uma opção para as demandas chinesas de alimentação animal, pois é mais barata, observou Liu Yueshu, vice-gerente-geral das operações da Zhongken Guobang, uma grande processadora de soja em Tianjin, no norte.
"A tonelada da canola canadense deve atingir em dezembro 2.300 yuans (US$ 334), 150 yuans a menos do que o contrato de futuros em janeiro de 2019 na Bolsa de Commodity de Zhengzhou", acrescentou Liu.
O setor também está adotando substitutos da soja com nutrição equivalente graças aos avanços tecnológicos.
"A soja não é a única fonte de proteína na alimentação animal", afirmou o analista Wang Changmei. "Canola, sementes de algodão e girassol, amendoim e palmiste podem ser substitutos."
Segundo ele, a ração de amendoim, por exemplo, contém mais proteína do que a de soja.
As reservas atuais de soja também são suficientes.
A queda no preço da carne suína tem diminuído a demanda por ração de soja desde maio, com 400 mil toneladas mensais abaixo das expectativas. Até o final de setembro as reservas chinesas de soja importada devem aumentar em 3 milhões de toneladas ante o mesmo período do ano passado.
De acordo com as estimativas do setor, as empresas chinesas de processamento de soja terão um fornecimento relativamente amplo de matéria-prima até janeiro.