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Entrevista: Presidente da Apex-Brasil destaca êxitos da Reforma e Abertura da China

Fonte: Xinhua    20.07.2018 13h47

Por correspondentes da Xinhua, Zhang Qichang

Brasília, 20 jul (Xinhua) - O processo de reforma e abertura da China, que começou há 40 anos, foi "extremamente bem sucedido" e permitiu a modernização da produção do país, disse Roberto Jaguaribe, presidente da Agência brasileira de Promoção de exportações (Apex-Brasil).

"A iniciativa tomada em 1978 é crucial para a modernização comercial, econômica e industrial da China. O processo foi extremamente bem sucedido, resultando em uma economia vigorosa e tornando o país no maior comerciante do mundo", disse ele em uma entrevista à Xinhua.

Jaguaribe, ex-embaixador do Brasil na China de 2015 a 2016, lembrou que em outros grandes países como a Índia, Estados Unidos e Brasil, a proporção do comércio internacional no PIB é pequena, mas o caso da China é diferente graças a essa estratégia.

Jaguaribe também elogiou a política anunciada recentemente pelo governo chinês de aumentar as importações de vários países, o que marcará uma abertura maior do mercado e trará benefícios parar todos os países.

"As políticas chinesas são amplamente definidas e executadas. O aumento das importações é uma iniciativa muito importante", disse Jaguaribe.

O presidente da Apex-Brasil afirmou que o cenário internacional para o comércio está passando por um momento complicado devido ao ressurgimento do protecionismo e aos riscos da guerra comercial.

"O mundo se tornou um cenário mais complicado por diferentes razões, e a tendência protecionista é maior do que há 20 anos", disse ele.

"A ordem comercial do mundo exige uma participação conjunta. Uma guerra comercial não tem vencedores", acrescentou.

Jaguaribe lembrou que a China, além de ser o maior parceiro comercial do Brasil desde 2009, tornou-se um importante investidor em vários setores do país sul-americano, como energia, minerais e alimentos.

"A relação China-Brasil é permanente, pois são dois grandes países em desenvolvimento, com uma densidade de interesses comuns e recíprocos. vejo uma tendência natural e necessária em todas as dimensões da cooperação", enfatizou.

"A base comum é um mundo regido por normas estáveis e ações multilaterais. compartilhamos essa base", ressaltou.

Ele informou que a China receberá este ano, que marca o 40º aniversário da reforma e abertura, a primeira edição da internacional de importação da China, e a Apex-Brasil está preparando um grupo para participar do evento que acontecerá em novembro, em Shanghai, na qual serão apresentados novos produtos brasileiros com grande potencial.

"Existem vários produtos industriais e de consumo como alimentos importantes pouco conhecidos na China tais como frutas brasileiras, açaí, cupuaçu, que tem uma capacidade de penetração significativa. produtos fito alimentos também, em que o Brasil tem uma capacidade de oferta significativa", disse ele .

"Também estamos fazendo uma linha de comércio eletrônico para produtos de consumo imediato. O Brasil quer se associar com o comércio eletrônico chinês. Por isso, iniciamos uma parceria com a Alibaba e estamos procurando fazer com outras empresas chinesas no setor", acrescentou.

Jaguaribe informou que a Apex-Brasil está tomando medidas para que mais empresas brasileiras conheçam o mercado chinês.

"O setor privado brasileiro é marcado pelo fato de o país ser muito grande. Uma empresa que é criada no Brasil pensa internamente, mas o mundo não permite mais isso. especialmente por que a China tem um mercado extraordinário, e se uma empresa quiser uma atuação global, tem que ir para a China. A Apex tem o papel de ser facilitadora desses empreendimentos", acrescentou.

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