Quando teve início o frenesim em torno do hyperloop, em 2013, o conceito não passava ainda de uma ideia futurista do magnata do setor tecnológico, Elon Musk, para a próxima geração de transportes.
Cinco anos mais tarde, este sistema de transporte, através da inclusão de cápsulas em tubos de vácuo, está tomando forma na província de Guizhou, no sudoeste da China.
A Hyperloop Transportation TeHchnologies Inc, uma empresa sediada nos EUA que está desenvolvendo o conceito do hyperloop, assinou na quinta-feira um acordo com a estatal chinesa Tongren Transport, Tourism and Investment Group, para a construção de uma artéria de transporte em Tongren, na província supracitada.
Dirk Ahlborn, o chefe-executivo do Hyperloop, disse que a cooperação da empresa com outros países “provou que o sistema de transporte hyperloop é exequível”.
A rota irá abranger uma distância inicial de 10km, desde o aeroporto Tongren Fenghuang, com um investimento estimado de 2 bilhões de yuan (295 milhões de dólares).
Durante a segunda fase, o projeto será extensível a 50km, da cidade até ao Monte Fanjing, em Tongren. O investimento deverá, com o tempo, totalizar os 10 bilhões de yuans.
A cidade de Tongren assumiu uma parceria com a China Railway Fifth Survey and Design Institute Group Co, e com a China Railway Maglev Transportation Investment & Construction Co, assumindo 50% do contributo financeiro para o empreendimento. A Hyperloop irá assumir os restantes 50%.
A empresa norte-americana responsabilizar-se-á por garantir a tecnologia e os equipamentos. A Tongren irá apoiar a joint-venture a certificar os materiais, estabelecer o projeto e a criar as disposições legais para as novas tecnologias.
O hyperloop consiste em uma cápsula que percorre sobre uma ferrovia magnética num tubo de vácuo, permitindo uma velocidade quase supersónica sem grande resistência ao movimento.
O corpo do novo trem, ferrovias, e sistemas de suspensão irão necessitar de menos ímãs permanentes do que congêneres em outros laboratórios no resto do mundo, disse Wang Mengshu, um investigador da Academia Chinesa de Engenharia.
Feng Hao, um investigador do Instituto dos Transportes da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, disse: “Há ainda um grande número de problemas técnicos que têm de ser resolvidos através do trabalho de investigação e vários testes em diferentes etapas, independentemente da infraestrutura ser construída acima ou abaixo do solo”.