O Ministério do Comércio da China anunciou na quinta-feira estar confiante na forma como enfrenta os seus desafios externos e irá tirar proveito do potencial do mercado doméstico, acelerando o ritmo das negociações com a União Europeia para atingir tratados de investimento bilateral qualitativos.

Gao Feng, o porta-voz do ministério, disse que os EUA estão intimidando o resto do mundo com tarifas, atuando em uma posição de vítima durante este processo.

Os comentários de Gao surgem em resposta ao fato de alguns oficiais estadunidenses culparem a China pelo “fracasso nas negociações”.

Gao refutou tal acusação reafirmando que China tem insistido na resolução da disputa comercial pela via da negociação durante os 4 turnos de conversações ocorridos desde fevereiro.

O porta-voz reiterou que a postura da China relativamente às tensões comerciais com os EUA sempre foi a mesma e que o país irá agora trabalhar com outras economias para apoiar as regras internacionais e o sistema de comércio multilateral, afirmou.

No que diz respeito à proposta dos EUA de aplicar uma tarifa adicional de 200 bilhões de dólares a produtos chineses, Gao disse que a China será forçada a tomar medidas retaliatórias assim que necessário.

Também na quinta-feira, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Hua Chunying, disse que as acusações dos EUA relativas à alegada aplicação de tarifas chinesas mais elevadas aos produtos dos EUA e ao furto de propriedade intelectual estadunidense não são convincentes.

Hua proferiu tais comentários quando indagada sobre as declarações do vice-presidente dos EUA, Mike Pence, no Departamento do Comércio dos EUA, na segunda-feira, onde acusara a China de aplicar tarifas 3 vezes mais altas aos produtos americanos, e de roubar tecnologias do país.

Os EUA propuseram várias desculpas e usaram inclusive motivos como a segurança nacional para criar obstáculos e restrições ao investimento chinês e atividades de empresas chinesas nos EUA, afirmou.

O Ministério do Comércio da China ambiciona obter mais progressos na s conversações relativas ao tratado de investimento bilateral China-EUA, à medida que ambas as martes discutiram o alargamento do acesso aos mercados durante o 20º Encontro de Líderes China-UE, concluído em Beijing no início desta semana.

Zhang Yuyan, director do Instituto de Economia Mundial e Política da Academia Chinesa de Ciências Sociais, disse que, ao enfrentar um ambiente de escalada de tensões comerciais com os EUA, os investidores chineses irão gradualmente procurar parceiros europeus para oportunidades de investimento.