A China, o maior mercado de veículos do mundo, eliminará gradualmente a produção e a venda de carros movidos a combustíveis fósseis no futuro próximo, o que, consequentemente, impulsionará o setor dos veículos movidos a novas energias, segundo defendem os especialistas.
"Os gases emitidos pelos veículos correspondem a mais de 80% das emissões de monóxido de carbono e hidrocarbonetos do país, e a 90% das emissões de óxidos de nitrogênio e partículas", disse Sun Fengchun, vice-presidente do Instituto de Tecnologia de Beijing.
Os números divulgados pela Associação de Fabricantes de Automóveis da China demonstram que as vendas de veículos movidos a novas energias chegaram aos 777.000 em 2016, o que corresponde a um aumento anual de mais de 50%.
Enquanto isso, em setembro, Xin Guobin, vice-ministro da indústria e tecnologia da informação, disse em um fórum que o ministério havia iniciado "pesquisas relevantes" e estava trabalhando em um cronograma para cessar a produção e venda de veículos movidos a gasolina.
A medida é semelhante aos planos anunciados pela França e pelo Reino Unido, de proibir a venda de carros e vans a gasolina e diesel a partir de 2040.
Também em setembro, o governo emitiu uma política que exigirá que as montadoras produzam um número ainda não especificado de veículos movidos a novas energias a partir do próximo ano, reduzindo gradualmente o uso de carros convencionais. Em junho do ano passado, a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da Chinaanunciou que não aprovaria nenhum novo projeto de veículo que usasse combustíveis fósseis.
Em outubro, a Chongqing Changan Automobile Co anunciou que deixaria de vender carros convencionais até 2025, mas continuaria produzindo híbridos.
Em dezembro, o Beijing Automotive Group declarou que iria descontinuar a venda de seus carros convencionais em Beijing até 2020, e também cessaria a produção e as vendas em todo o país até 2025 como parte de sua nova campanha.
"Não há dúvida de que os automóveis movidos a novas energias são uma tendência inevitável e o futuro dos transportes. Contudo, é improvável que os clientes abandonem os carros a gasolina da noite para o dia. Levará algum tempo até esta alternativa se tornar parte do dia-a-dia das pessoas", disse Sun.