A atriz chinesa Fan Bingbing, que interpretou uma das personagens de X-men, série aclamada da Marvel, está sendo investigada por alegada evasão fiscal. A notícia caiu como uma bomba entre os internautas, estando atualmente a decorrer uma investigação na indústria cinematográfica e televisiva por parte das autoridades fiscais da China.

Na semana passada, Cui Yongyuan, ex-apresentador da Televisão Central da China (CCTV), publicou na sua conta de Weibo várias fotografias de diversos contratos, assinados por uma estrela de cinema chinesa, para o mesmo trabalho. Em um dos documentos, o valor salarial mencionado era de 10 milhões de yuans (US$ 1,6 milhão), sendo que, no outro, o montante era de 50 milhões de yuans. Cui não referiu diretamente a atriz Fan Bingbing no post.

O ex-apresentador disse mais tarde estar na posse de uma gaveta repleta de tais contratos, os quais poderão envolver várias estrelas de renome.

"A Administração Tributária do Estado (SAT) ordenou que as agências tributárias locais de Jiangsu investigassem e verificassem as alegações online de que certos atores de televisão e cinema fugiam aos impostos ao assinarem dois contratos", informou a CCTV.

No domingo passado, o estúdio de Fan negou a acusação, dizendo que cooperaria totalmente com as autoridades relevantes. Se Fan fugiu aos impostos ou se tem alguma conexão com os contratos em destaque, é algo que necessita de uma averiguação mais aprofundada, mas os “contratos duplicados” já se tornaram uma regra tácita na indústria cinematográfica.

Um produtor disse ao jornal chinês Guangming Daily, em 2011, que quase todos os cinemas preparam este tipo de contratos para os atores. Um deles é apresentado às autoridades fiscais, enquanto o outro é um acordo privado entre o investidor e os atores, acrescentando que a discrepância de valor entre os contratos “duplicados” pode ser de até 10 vezes.

Num artigo publicado a 3 de junho, o Diário do Povo defendeu que “o pagamento de impostos consiste numa responsabilidade social básica de cada cidadão. As pessoas com rendimentos elevados e as celebridades nunca devem se abster das suas obrigações. As celebridades que violam as leis e incorrem em evasão fiscal devem ser submetidas à condenação da sociedade e das vias legais”, acrescentou o artigo.

O Diário do Povo defende que a evasão fiscal nunca é unilateral, e que os contratos duplicados envolvem várias partes, incluindo atores, empresas de produção, e investidores. Como tal, todas as partes devem ser responsabilizadas. A investigação deste caso em particular e o início de uma outra operação mais abrangente deverão ser os próximos passos a tomar.