Jim Mattis, secretário da Defesa, disse que a RPDC poderá receber ajuda financeira, mas apenas após a tomada de medidas irreversíveis para terminar o seu programa nuclear, acrescentando que o caminho até à cúpula entre os líderes dos EUA e da República Democrática Popular da Coreia (RPDC) será conturbado.
Mattis proferiu tais comentários no domingo, durante a 17ª Cúpula de Segurança da Ásia, também conhecida por Diálogo de Shangri-La, com início em Singapura na última sexta-feira.
“Podemos antecipar, na melhor das hipóteses, um caminho atribulado nas negociações”, disse Mattis. “Neste momento estamos comprometidos com o reforço adicional da nossa cooperação na defesa como a melhor forma de preservar a paz”.
Os preparativos para o encontro entre Donald Trump e Kim Jong Un continuam decorrendo, com data prevista para 12 de junho em Singapura, tal como originalmente planejado. Mattis reiterou a posição de que a RPDC irá receber apoio por parte da ONU apenas após demonstrar “passos conclusivos e irreversíveis” de desnuclearização.
“As afirmações de Mattis demonstram que a atitude de Washington na desnuclearização nunca mudou, sendo diferente do entendimento de Pyongyang da mesma questão”, afirmou Ruan Zongze, deputado-chefe e membro do Instituto de Estudos Internacionais da China.
Ruan asseverou que o alinhamento de pensamento no âmbito da desnuclearização é ainda considerado um grande obstáculo para as duas partes para conseguir um acordo na cúpula.
Na sexta-feira, Trump reuniu-se com o vice-presidente do Partido dos Trabalhadores do Comitê Central da Coreia, Kim Yong-chol, por duas horas. Trump afirmou perante os repórteres na Casa Branca que o encontro com Kim Jong Un havia sido reposto, após ter recebido uma carta pessoal do líder da RPDC.
Hua Chunying, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, afirmou no sábado que o lado chinês apoia os EUA e a RPDC nos preparativos que decorrem para a cúpula, reiterando que a situação atual na Península Coreana é histórica e que a cúpula é crucial para a desnuclearização e para a perenidade da paz na região.
O gabinete presidencial da República da Coreia acolheu também a decisão de Trump de seguir em frente com a cúpula.
O ponto-chave é “estabelecer um mecanismo que possa manter a abertura ao diálogo por um longo período”, disse Ruan, afirmando que a China havia, desde longa data, urgido ao diálogo entre a RPDC e os EUA.
“O que as partes relevantes estão a fazer para reduzir as tensões na península é consentâneo com as propostas chinesas”, disse Ruan.