Diálogo bilateral afasta hipótese de guerra comercial China-EUA

Fonte: Diário do Povo Online    21.05.2018 09h32

Laços econômicos entre as duas nações são considerados benéficos para o cenário global.

O consenso de que não haverá uma guerra comercial – atingido durante a última ronda de conversações entre as duas maiores economias do mundo – significa muito, não só para as relações econômicas sino-estadunidenses, mas também para a economia global como um todo, de acordo com oficiais e analistas de ambos os países.

A delegação chinesa encabeçada pelo vice-primeiro-ministro, Liu He, consistiu em conversações “positivas, pragmáticas, construtivas e frutíferas”, na quinta e sexta-feira, com a equipe americana, liderada pelo secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, após um primeiro turno de conversações em Beijing no início deste mês.

O maior sucesso obtido após as mais recentes conversações, é o consenso de que não existirá qualquer guerra comercial e que ambas as partes irão parar de impor tarifas uma à outra, de acordo com o prólogo apresentado por Liu no sábado.

“Uma relação econômica e comercial saudável entre a China e os EUA é consentânea com a tendência histórica”, disse Liu, acrescentando que os dois países devem gerir adequadamente as suas divergências através do diálogo, não cedendo a impulsos no futuro.

Wei Jianguo, ex-vice-ministro do Comércio, disse que a colaboração entre Beijing e Washington é benéfica tanto para consumidores como para os negócios dos dois países e irá ajudar a alimentar a economia mundial, acompanhando a crescente interdependência e entrelaçamento das duas maiores economias do mundo.

Wei acrescentou que as importações de bens de elevada qualidade e serviços de mercados estrangeiros, incluindo os EUA, irão ajudar a responder às crescentes necessidades dos consumidores chineses, bem como ajudar a reduzir o défice no comércio bilateral.

Os dois países concordaram em tomar medidas para reduzir o défice comercial dos EUA, com a China a aumentar significativamente as compras de produtos e serviços norte-americanos, os quais irão apoiar o crescimento e empregabilidade nos EUA, de acordo com um comunicado conjunto emitido no sábado.

Ambos concordaram com os “aumentos significativos” nas exportações americanas de produtos agrícolas e energéticos, bem como em incorrer em maiores esforços para aumentar o comércio de bens manufaturados e serviços, podia ler-se no comunicado.

Em resposta às questões acerca do que se seguirá nos próximos meses, Liu afirmou que ambas as partes estabeleceram já alguns grupos de trabalho, incluindo o “grupo agrícola”.

“Talvez alguns ministros do governo estadunidense liderem os grupos até Beijing”, visando levar a cabo discussões para a elaboração de acordos concretos, disse Liu.

Durante o comunicado à imprensa, Liu disse que a China está pronta a comprar produtos dos EUA e do resto do mundo, respondendo ao apelo de Xi Jinping para uma maior reforma e abertura de mercado. Liu disse que a China, com a sua numerosa classe média, se tornará no maior mercado de consumo do mundo.

“Este mercado será altamente competitivo, por isso as nações que procurem uma parcela terão de melhorar os seus produtos e serviços, de modo a que os consumidores chineses queiram comprá-los”, disse.

Liu He, contudo, apelou à contenção no sábado, afirmando que irá levar mais tempo a resolver os problemas estruturais nas relações econômicas e comerciais China-EUA.

Enquanto as importações de bens estadunidenses da China, como produtos agrícolas ou energéticos, ambos ajudarão a responder às necessidades do povo chinês e a reduzir o défice comercial dos EUA. Os EUA poderão fazer muito mais se quiserem reduzir o seu défice comercial geral.

Muitos economistas consideram que o défice comercial dos EUA é um resultado da sua política fiscal, da média de poupanças pessoais dos cidadãos americanos e do papel do dólar americano enquanto divisa de reserva global.

(Web editor: Renato Lu, editor)

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