Inovação portuguesa promovida em Beijing

Fonte: Diário do Povo Online    04.05.2018 15h03

A AICEP, Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, e a Embaixada de Portugal na China promoveram ontem (3), em Beijing, um evento de networking e promoção da inovação em Portugal com a participação de Sara Medina, representante da Sociedade Portuguesa de Inovação (SPI).

Fundada em 1997, a Sociedade Portuguesa de Inovação é uma consultora privada que atua nas áreas da inovação, promoção da internacionalização de empresas e gestão do conhecimento, tendo sido escolhida pela Comissão Europeia para coordenar o Centro de Excelência ENRICH (European Network of Research and Innovation of Centres and Hubs, China), uma plataforma que apoia empresas tecnológicas europeias no mercado chinês.

O ENRICH, criado no âmbito do "Horizonte 2020" — o maior programa público de apoio à investigação e inovação do mundo —, oferece consultadoria, colaboração e treino especializado para empresas e organizações de investigação europeias.

Sara Medina, administradora da SPI e coordenadora do ENRICH, falou aos convidados sobre os avanços obtidos pela consultora, apresentando ao mesmo tempo os desenvolvimentos obtidos no setor da inovação em Portugal.

Portugal tem bons investigadores, referiu, acrescentando que, no entanto, o país carece ainda de experiência na comercialização das investigações. “Transformar um resultado académico num resultado industrial é uma aspeto que Portugal precisa de melhorar e que pode aprender com as instituições e organizações chinesas”, reforçou.

Para Sara, as principais dificuldades de estabelecimento de relações empresariais entre Portugal e China são as questões culturais e o desconhecimento do mercado chinês por parte das empresas portuguesas.

“Ao mesmo tempo, as empresas portuguesas acham que o mercado chinês é mais fácil do que é na realidade. Subestimam a sua importância. A China é um mercado em que é necessário investir. As empresas têm que levar a China de uma forma séria, têm que vir cá muito frequentemente num período inicial, têm que estabelecer relações pessoais e relações de confiança com as entidades chinesas. Só depois é que podem começar a parte da negociação”, explicou.

Numa fase em que a economia de Portugal se encontra em recuperação e o país pretende atrair mais investimento estrangeiro, principalmente chinês, Sara defende que Portugal devia tornar-se mais conhecido na China.

Mais atividade de marketing e promoção, sugere, bem como “tentar encontrar algo que permita ‘vender’ Portugal com mais características de inovação. Tentar promover Portugal como um país muito importante na Europa, um país que se está a tornar muito empreendedor, e com grandes potencialidades para entidades chinesas”, são medidas importantes dado que os chineses desconhecem também as vantagens de Portugal. Há um grande interesse da China no mercado europeu, afirmou a representante da SPI, mas existe ao mesmo tempo ainda um grande desconhecimento.

Relativamente ao volume de empresas portuguesas interessadas no mercado chinês, e vice-versa, ainda é notória a diferença, disse. “Acho que há um maior interesse de Portugal na China. No entanto, está a ser feito um grande esforço, por exemplo a nível do turismo — já há uma representação do governo português na China a nível de turismo—, e também a parte da AICEP, que tem um departamento focado na atração de investimento chinês para Portugal. Isso é muito positivo, mas ainda há um longo caminho a percorrer”.

O ano 2018 marca o 40ºaniversário da reforma e abertura da China e, em concordância com a política, Sara Medina concorda que o mercado chinês está cada vez mais acessível para as empresas estrangeiras.

“A nossa empresa tem presença na China desde 1999, eu trabalho com a China desde 2003, e tenho sentido um grande aumento da abertura da China para a Europa e para a cooperação internacional. E há um despertar também do interesse por aquilo que é mais inovador, com características mais científicas e tecnológicas, com um maior grau de sofisticação, maior qualidade, que tem também impulsionado o interesse [no exterior] por parte do mercado chinês”. 

(Web editor: Renato Lu, editor)

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