Beijing, 4 mai (Xinhua) -- Construir uma estação espacial, enviar uma sonda a Marte, estabelecer uma base lunar e ir mais fundo no universo --a inteligência artificial (IA) estará na vanguarda da odisseia da China no espaço.

A China está intensificando o desenvolvimento de IA para apoiar seus programas espaciais, disse Zhang Duzhou, membro da Associação Chinesa de Automação e Sociedade Chinesa de Astronáutica, em uma conferência em Harbin, capital da Província de Heilongjiang, no nordeste do país.

Em 1995, Yang Jiachi, um dos principais contribuidores para o desenvolvimento do primeiro satélite da China, há cerca de meio século, propôs desenvolver tecnologias para o controle autônomo inteligente de naves espaciais.

Segundo Zhang, especialistas estão agora desenvolvendo as tecnologias de IA em reconhecimento de imagens visuais, rastreamento visual, encontro e acoplamento, navegação e posicionamento, planejamento de missões e diagnoses de falhas de naves espaciais.

Algumas naves chinesas têm a capacidade preliminar de planejamento autônomo de tarefas.

Por exemplo, a Tianzhou-1, primeira nave espacial de carga da China lançada em abril de 2017, cumpriu rápido encontro e acoplamento autônomo com o laboratório espacial Tiangong-2. Seu tempo foi reduzido de três dias para 6,5 horas graças à IA.

Também ajudou a sonda lunar Chang'e-3, lançada em 2013, a pousar suavemente na Lua, onde foi capaz de pairar e escolher o local adequado por conta própria.

No entanto, Zhang disse que a IA espacial da China ainda é "fraca". Se as tecnologias de IA estivessem divididas em seis níveis, a China estaria no segundo ou terceiro. O sexto, o mais alto, permite que as naves espaciais realizem raciocínio automático e pensamento independente em órbita.

"O nosso objetivo é atingir o nível seis", afirmou ele.

De acordo com Zhang, essa tecnologia é especialmente útil para as naves espaciais, que são caras e difíceis de reparar, fazem tarefas complicadas, pousam em um ambiente espacial rigoroso e ficam tão longe da Terra que respondem aos comandos muito lentamente.

Com ela, as naves espaciais podem adquirir as capacidades de autoaprendizagem, autopercepção, planejamento autônomo e autodecisão, diminuindo assim o custo de operação e aumentando a qualidade, segurança, confiabilidade e flexibilidade das missões.

O desenvolvimento da IA trará avanços para o setor espacial da China, acrescentou.