Por Maria Spiliopoulou
Atenas, 1 mai (Xinhua) -- A Grécia vê grandes perspectivas e esperança na iniciativa do Cinturão e Rota e reivindica um papel fundamental na cooperação entre a Europa e a China, afirmou o vice-ministro grego, Stergi Pitsiorlas, à Xinhua em entrevista concedida na segunda-feira.
Um ano após a assinatura de um plano de ação de três anos sobre cooperação econômica entre a Grécia e a China, em Beijing, durante o Fórum de Cooperação Internacional do Cinturão e Rota, Pitsiorlas falou sobre as conquistas alcançadas até agora, os planos para o futuro próximo e a posição da Grécia na rota marítima da seda do século XXI.
Proposta em 2013, a Iniciativa do Cinturão e Rota visa construir redes de comércio e infraestrutura conectando a Ásia com a Europa e a África, além das antigas rotas da Estrada da Seda. É composto pelo Cinturão Econômico da Rota da Seda e pela Rota da Seda Marítima do Século XXI.
A cooperação sino-grega no Porto do Pireu nos últimos anos tornou-se um dos símbolos mais fortes da colaboração vantajosa ao longo da moderna Rota da Seda, que ligará o Ocidente ao Oriente através de redes de comércio e infraestrutura. Os laços bilaterais avançaram e se aprofundaram em muitos setores.
"A assinatura do plano de ação de três anos foi um passo importante e aparentemente ligado ao desenvolvimento de toda a estratégia do Rota da Seda do lado chinês. A Grécia vê nesta estratégia uma grande perspectiva e esperança", disse Pitsiorlas.
"Em geral, achamos que a estrutura das relações sino-gregas está, eu diria, substancialmente se desenvolvendo e melhorando", acrescentou.
O plano de ação de três anos diz respeito a projetos de infraestruturas nos domínios dos transportes, energia e telecomunicações. Passos significativos já foram feitos nos dois primeiros setores, e mais precisa ser feito no terceiro, disse o ministro grego.
Atenas está atualmente em conversações com o Banco de Desenvolvimento da China para expandir sua presença na Grécia e espera que este desenvolvimento continue apoiando iniciativas de investimento, observou ele.
A Grécia e a China também estão discutindo e fazendo progressos na cooperação do turismo, bem como a questão do desenvolvimento das relações comerciais, disse ele.
A Grécia está se preparando para participar da primeira Exposição Internacional de Importações da China (CIIE) a ser realizada em Shanghai, em novembro, com uma delegação de alto nível de muitas empresas.
Uma das questões nas relações entre China e Grécia, China e Europa é o desequilíbrio no comércio, explicou Pitsiorlas.
Atenas vê a exposição de Shanghai como uma iniciativa na direção certa que pode ajudar a fechar essa lacuna e facilitar uma cooperação mais ampla entre a China e a Grécia, China e Europa em outros setores, disse ele.
A parceria estratégica sino-grega e os investimentos crescentes da China na Grécia nos anos da crise nem sempre foram muito bem recebidos por terceiros. O caminho da cooperação entre o Oriente e o Ocidente ao longo da rota da Iniciativa do Cinturão e Rota não foi sempre otimista.
"É fato que nos últimos anos tivemos um aumento de questões e ceticismo na Europa para o grande crescimento das atividades da China em toda a região. Pensamos que até certo ponto é normal. É a primeira vez que isto está acontecendo a este ponto", disse Pitsiorlas.
"Por outro lado, pensamos que a resposta às questões que esse desenvolvimento está criando não pode ser um retorno ao protecionismo e à construção de muros novamente. Acreditamos que entre a Europa e a China deve haver uma relação de diálogo fértil e cooperação fértil. E nós reivindicamos um papel para a Grécia neste contexto", afirmou o ministro grego.
Como as questões foram gradualmente colocadas na mesa das discussões entre a China e a Europa, Pitsiorlas expressou otimismo de que o resultado será positivo para todos.
"O principal objetivo deve ser encontrar um relacionamento equilibrado [...] Acredito que finalmente encontraremos soluções que sejam benéficas para todos", ressaltou.
