A China apelou aos Estados Unidos que abandonem o unilateralismo comercial e busquem soluções através do diálogo, segundo informou o Ministério do Comércio na quinta-feira, depois que a União Europeia demonstrou interesse em discutir a disputa sobre as tarifas norte-americanas de aço e alumínio.
A UE pretende se juntar às consultas na OMC solicitadas pela China sobre as recentes tarifas de aço e alumínio dos EUA, de acordo com documentos da OMC arquivados na segunda-feira.
"Os EUA estão fazendo um uso abusivo do termo ‘segurança nacional' e violaram severamente as regras da OMC, prejudicando o sistema multilateral de comércio", disse Gao Feng, porta-voz do Ministério do Comércio, acrescentando que "a China se unirá a outros membros da OMC para proteger o curso correto e seus interesses".
"Hong Kong, Índia, Rússia e Tailândia inscreveram-se para participar na consulta, por forma a garantir os seus direitos", disse Gao em uma coletiva de imprensa em Beijing.
A UE informou a China, os EUA e o Órgão de Resolução de Disputas da OMC que deseja juntar-se às consultas, uma vez que tem interesses comerciais substanciais na matéria.
Apesar da oposição de grupos empresariais e parceiros comerciais em todo o mundo, o governo de Trump definiu tais medidas a 8 de março, impondo uma tarifa de 25% sobre o aço importado e uma tarifa de 10% sobre o alumínio.
"Mesmo que a UE esteja isenta das tarifas até ao dia 1 de maio, as suas exportações seriam significativamente prejudicadas pelas medidas dos EUA", disse Zhao Zhongxiu, professor de comércio da Universidade de Negócios Internacionais e Economia, em Biejing.
Os membros da UE exportaram quase 6 bilhões de dólares em produtos siderúrgicos e 1,25 bilhão de dólares em alumínio para os EUA em 2017, tornando-se na maior entidade exportadora de aço e no quinto maior exportador de alumínio para o país, segundo dados da Comissão Europeia.
Quando perguntado sobre a resposta da China à possibilidade de novas restrições sobre o investimento da China nos EUA, Gao disse que a China está preparada para qualquer limitação dos EUA em investimentos chineses em ciência e tecnologia.
"Algumas empresas diminuíram o ritmo e cancelaram até planos de investir nos EUA" devido à incerteza, afirmou Gao.
"O investimento chinês criou vários empregos nos EUA e contribuiu significativamente para a economia local", reforçou Gao, acrescentando esperar que "os EUA possam estabelecer medidas que estejam em concordância com a lei do desenvolvimento econômico e estejam em conformidade com a onda da economia global".