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À conversa com Diogo, estudante português de intercâmbio em Tianjin (2)

Fonte: Diário do Povo Online    26.04.2018 16h09
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Já o grande filósofo chinês Lao Zi dizia que todas as grandes caminhadas começam com um passo. A caminhada pelo idioma chinês, para o Diogo, começou por aprender a frase mágica: “Zhongwen zenme shuo?” , que em português significa, “Como se diz em chinês?”. Com efeito, esta foi uma interrogação recorrente até porque, como explica, as famílias que o receberam não falavam inglês.

“Eu fazia questão de só falar em chinês e às vezes era embaraçoso. Por vezes abordavam-me em inglês [nos restaurantes], ‘what do you want to eat?’. Eu pedia para mudarem para o chinês e diziam ‘ni yao chi shenme?”… Sorry, I don’t understand (desculpe, não entendo)”, relembra entre gargalhadas, a resposta que era obrigado a dar, em inglês.

Linguagem gestual + “zhongwen zenme shuo?” + explicação do nativo = retenção de conhecimento. Uma equação tantas vezes usada e tantas vezes praticada até ao sucesso de comunicar sem entraves, algo de que, compreensivelmente, se orgulha. “Os meus amigos não acreditavam que conseguiria falar chinês fluentemente num ano”, diz, visivelmente satisfeito.

Depois do ano em Taiwan, regressa a Lisboa para ingressar no curso de Relações Internacionais da Universidade de Lisboa. Ali participa no concurso internacional para estudantes de língua chinesa “Chinese Bridge”, onde agarra o segundo lugar e ruma novamente a oriente, permanecendo 15 dias na China, em Beijing e Changsha, respetivamente.

Após o sucesso no concurso supramencionado, surge, por intermédio do Instituto Confúcio de Lisboa a hipótese de estudar um ano em Tianjin, algo que, explica, se assume como um “gap year”: “Aqui, em Tianjin, tenho o tempo para decidir o que quero para o futuro e para continuar a praticar chinês”.

Na nova instituição de acolhimento, Diogo assumiu novos projetos. Além das aulas diárias de chinês entre as 8h e as 12h, é representante dos alunos do Instituto Confúcio que ali estudam, assume o papel de apresentador em diversos eventos, estuda programação online (com enfoque na inteligência artificial), e aposta num estilo de vida saudável.

O seu quarto, no dormitório internacional da universidade, tem as paredes decoradas com um conjunto de 7 folhas afixadas na parede, diante da sua secretária, para cada um dos dias da semana, com um programa detalhado de tarefas a cumprir diariamente. Acima desta ferramenta de produtividade, várias citações auto motivacionais decoram o restante espaço até ao teto.

“Acordo todos os dias às 5.30 da manhã e vou correr 40 minutos. Estou mais ocupado que nunca, mas é deste estilo de vida que gosto”, afirma.


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