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China apela a boicote de leilão do Reino Unido devido a suspeitas de relíquia roubada

Fonte: Diário do Povo Online    11.04.2018 10h31

O órgão de fiscalização de relíquias culturais da China apelou ao boicote de um leilão no Reino Unido, durante o qual uma suposta peça de bronze chinesa roubada será leiloada.

"Não concordamos que qualquer organização, doméstica ou exterior, deva participar do leilão", pode ler-se num comunicado divulgado terça-feira pela Administração Estatal do Patrimônio Cultural.

O artefacto, de nome “Ying”, é um recipiente de bronze, decorado com um tigre e inscrições esculpidas. Os especialistas datam a relíquia da dinastia Zhou Ocidental. Atualmente, existem apenas sete artefactos ying conhecidos em todo o mundo.

No entanto, uma carta antiga de um oficial militar britânico indica que esta foi ilegalmente retirada do antigo Palácio de Verão em Beijing.

O Palácio de Verão foi destruído pelas forças invasoras anglo-francesas em 1860, durante a Segunda Guerra do Ópio, e muitos dos tesouros no interior do Antigo Palácio de Verão foram posteriormente perdidos no exterior.

Consequentemente, o anúncio de que uma dessas peças seria vendida por via de um leilão em Canterbury, no Reino Unido, a 11 de abril, enfureceu o público chinês.

De acordo com a declaração de terça-feira, a casa de leilões britânica foi contatada pela Administração Estatal do Patrimônio Cultural e foi convidada a cumprir com as leis internacionais e a considerar os sentimentos do povo chinês. Contudo, o Canterbury Auction respondeu na segunda-feira, se recusando a retirar a relíquia do seu catálogo do leilão.

"Condenamos veementemente a ação tomada pelo Canterbury Auction, que ignorou o nosso descontentamento, insistindo em leiloar a relíquia cultural e até promovendo uma engenhoca de recompensa pela guerra", diz o comunicado.

O governo também prometeu estar atento aos incidentes relacionados e tomar outras medidas.

"Tomaremos todas as medidas necessárias para que as relíquias culturais chinesas ilegalmente levadas sejam devolvidas ao país", diz o comunicado.

Nos últimos anos, o governo realizou várias investigações sobre principais artefactos chineses perdidos no exterior e se esforçou para impedir que fossem revendidos.

Em 2016, alguns manuscritos de Dunhuang, retirados ilegalmente da província de Gansu no início do século 20 por um abade japonês, surgiram em uma casa de leilões em Yokohama. O leilão foi cancelado após um protesto chinês.

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