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Comentário: Protecionismo dos EUA prejudica interesses globais

Fonte: Xinhua    09.04.2018 14h20

Beijing, 9 abr (Xinhua) -- As teimosas propostas de tarifa dos Estados Unidos são tipicamente práticas unilateralistas e protecionistas que estão prejudicando companhias internacionais e colocando o livre comércio em risco.

Empresas internacionais, que por muito tempo têm sido as beneficiárias dos laços econômicos estreitos entre a China e os Estados Unidos, vão perder com a agravação das disputas comerciais.

Quase 60% do superávit comercial da China com os Estados Unidos é resultado de atividades comerciais pelas empresas de capital estrangeiro, incluindo muitas companhias dos Estados Unidos.

Um relatório recente da Câmara de Comércio Americana no sul da China apontou que empresas dos EUA dependem muito de importações chinesas para gerar lucros.

Muitas companhias norte-americanas que têm operações na China já expressaram suas preocupações sobre o agravamento das tensões comerciais.

"O mundo é interdependente e o custo de guerras comerciais é muito alto, com um impacto negativo para a economia mundial", comentou a empresa de comércio de commodity, Cargill Inc.

Além das perdas potenciais para empresas dos Estados Unidos, os efeitos negativos cairão sobre as multinacionais em outros países.

"Uma guerra de tarifa entre os Estados Unidos e a China não apenas diminuirá o comércio entre as duas nações, mas também pode afetar países como o Japão, que por exemplo exporta peças para a China para serem montadas e enviadas para os Estados Unidos", disse Kenji Yumoto, vice-presidente do Instituto de Pesquisa do Japão, citado pelo Japan Times.

Os mercados financeiros globais também foram fortemente atingidos pelo receio de intensificação das tensões comerciais. Os pregões de bolsas dos Estados Unidos registraram grande queda na última sexta-feira, com todos os três principais índices caindo mais de 2%, depois que os Estados Unidos ameaçaram na quinta-feira impor tarifas adicionais sobre bens chineses num valor de US$ 100 bilhões.

O sentimento de intranquilidade também trouxe quase todos os principais índices mundiais para baixos, como o índice FTSE 100, a 225-issue Nikkei Stock Average, e o índice DAX, todos perderam ante o pregão anterior.

"Uma guerra comercial não seria interesse de ninguém", disse um relatório do Standard Chartered, acrescentando que um embate como esse pode afetar 20% da economia mundial.

No longo prazo, as propostas de tarifa dos Estados Unidos, que infringem as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC), prejudicam o sistema do comércio que evoluiu nos últimos 75 anos.

Ao defender um ambiente de mercado com concorrência justa, a OMC atribuiu muita atenção à "igualdade relativa", levando em consideração a diferença de estágio dos países em desenvolvimento e desenvolvidos quando regras de comércio foram formuladas.

A China é o maior país em desenvolvimento e os Estados Unidos, o maior país desenvolvido no mundo. A relação econômica e comercial bilateral é um resultado inevitável da divisão industrial internacional e da distribuição de recursos sob o contexto da globalização.

O desenvolvimento das relações econômicas e comerciais China-EUA deve continuar a seguir a lógica histórica e respeitar as reconhecidas regras da OMC, em vez de quebrá-las.

Caso contrário, ao romper as regras, pode haver um impacto duradouro sobre a cadeia de fornecimento mundial.

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