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Preocupações aumentam sobre efeitos colaterais do atrito comercial China-EUA

Fonte: Xinhua    09.04.2018 13h35

Beijing, 9 abr (Xinhua) -- A Coreia do Sul está preocupada com as medidas protecionistas da administração norte-americana, que alimentaram os atritos comerciais com a China e podem desencadear, num pior cenário, numa guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo.

O presidente dos EUA, Donald Trump, disse na quinta-feira que pediu ao representante comercial dos Estados Unidos para considerar a imposição de tarifas adicionais aos produtos chineses no valor de 100 bilhões de dólares, após anunciar planos de impor um imposto de 25% sobre as importações chinesas, no valor de 50 bilhões de dólares.

Em resposta, a China prometeu, na sexta-feira, lutar contra o protecionismo dos EUA "a qualquer custo".

"A China deixou sua posição muito clara com relação ao comércio sino-americano. Não queremos uma guerra comercial, mas não temos medo de tal guerra", disse Gao Feng, porta-voz do Ministério do Comércio da China.

A Associação de Comércio Internacional da Coreia (KITA) divulgou um relatório estimando que as exportações da Coreia do Sul sofreriam 36,7 bilhões de dólares em perdas se o atrito comercial China-EUA se desenvolver em uma guerra comercial.

No pior cenário, para o qual a organização viu uma pequena possibilidade, o atrito comercial China-EUA implicaria a União Europeia (UE), e as três potências econômicas poderiam elevar os impostos de importação em 10 pontos percentuais.

Isso acabaria por reduzir as exportações da Coreia do Sul, que representam cerca de metade da economia baseada nas exportações, em 6,4%, ou 36,7 bilhões de dólares, segundo a KITA.

O relatório disse que o atrito comercial entre a China e os Estados Unidos, que gera cerca de 40% do volume global de comércio, inevitavelmente cortaria o comércio global e resultaria na redução das exportações da Coreia do Sul, que tem um terço do total de suas exportações voltadas para os dois principais parceiros comerciais.

Se o atrito comercial se agravar, as exportações de bens intermediários da Coreia do Sul - como peças e materiais usados para produzir produtos finais - devem ser as mais atingidas, já que esses produtos respondem por mais de dois terços das exportações sul-coreanas para a China.

Cerca de 5% dos bens intermediários sul-coreanos exportados são reexportados pela China para os Estados Unidos como produtos finais, de acordo com o relatório da KITA.

O presidente sul-coreano, Moon Jae-in, expressou grande preocupação com o atrito comercial, dizendo, na semana passada, que a tendência protecionista do comércio entre a China-EUA pode influenciar negativamente seu país, o sexto maior exportador do mundo, que depende fortemente do comércio global.

A mídia local relatou aumento das preocupações sobre o conflito comercial China-EUA, no qual a economia da Coreia do Sul pode sofrer um duro golpe.

Se os EUA impuserem uma tarifa de 25% sobre os 50 bilhões de dólares de produtos importados da China, as exportações anuais da Coreia do Sul para a China podem ser cortadas em 28,26 bilhões de dólares, segundo um relatório do Hyundai Research Institute (HRI).

A estimativa do HRI baseou-se em um cenário em que o aumento da tarifa nos EUA provocaria uma queda de 10% nas exportações da China para os Estados Unidos. A redução estimada equivalia a quase 20% das exportações totais da Coreia do Sul em 2017, em 142 bilhões de dólares.

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