A recente proibição de resíduos por parte da China gerou uma onda de atenção internacional. Alguns países que não têm a capacidade de descartar grandes quantidades de lixo chegaram mesmo a criticar a China sem argumentos válidos.
No entanto, a justiça prevalece sempre, dado que existem vozes racionais apoiando a China, alegando que o mundo deveria estar grato, dado que esta política irá impelir várias campanhas ambientalistas à escala global.
Atualmente, a China é um dos principais destinos do lixo mundial. A Base de Dados Estatísticos das Nações Unidas para o Comércio de Comodities indica que mais de 70% dos dejetos de plástico do mundo, bem como 37% dos de papel desembocaram na China em 2015. A Europa e os EUA foram as maiores fontes desses resíduos.
A Paris Match Belgique relatou que cerca de 2/3 do lixo produzido na Europa foi reciclado, e que o resto foi enviado à China. A cada ano, a China vinha a importar cerca de 50 milhões de toneladas de lixo, incluindo 9 milhões de toneladas de resíduos de plástico.
O Reino Unido exportou um total de 2.7 milhões de toneladas de resíduos de plástico desde 2012, 2/3 do volume total de lixo do país, segundo o Guardian.
Alguns dos países desenvolvidos melhoraram, entretanto, os seus métodos de classificação do lixo, por forma a ir de encontro aos padrões cada vez mais rígidos de importação destes materiais da China. Os EUA passaram até a implementar tecnologias de inteligência artificial para separar alguns tipos de lixo.
A 23 de janeiro, a União Europeia emitiu o seu primeiro plano para o tratamento de resíduos de plástico, estabelecendo a meta de tornar todos os empacotamentos reutilizáveis ou recicláveis até 2030.
O Reino Unido assumiu o compromisso de erradicar todos os dejetos de plástico até 2042 como parte do plano de 25 anos do governo para melhorar o meio ambiente.
De fato, a transferência de indústrias poluentes dos países desenvolvidos para os países em desenvolvimento não é algo único da China. Por exemplo, os rios do Bangladesh têm também sido afetados por descargas de água poluída proveniente das fábricas têxteis locais, existindo várias outras histórias semelhantes no resto do mundo.
A proibição da China sobre os produtos importados irá provavelmente alterar a situação atual. O El País refere que a proibição irá ajudar a reduzir a poluição ambiental e melhorar a indústria de reciclagem da China.