BEIJING, 2 de abr (Diário do Povo Online) - Algumas plataformas populares de streaming de vídeo na China foram acusadas de promover a gravidez na adolescência, após uma investigação levada pela Televisão Central da China (CCTV). A cadeia televisiva avançou com um relatório no qual constam vídeos online de centenas de adolescentes grávidas e mães adolescentes.
Uma mãe de 16 anos de idade com o seu bebê. (Foto: cctv.com)
Estas adolescentes, a maior das quais provém de aldeias e pequenas cidades, colocaram na internet dezenas de milhares de vídeos, visando aumentar o seu número de seguidores.
E as pessoas estão assistindo: em uma plataforma popular de streaming, uma mãe de 19 anos e o pai do seu bebé contam com 45 milhões de seguidores. Uma transmissão ao vivo do casal com o seu filho de um ano de idade pode receber até 2,8 milhões de curtidas.
Em alguns casos, a lei foi infringida: algumas mães têm apenas 13 anos de idade. A Lei Criminal da China prevê que crianças do sexo feminino com menos de 14 anos envolvidas em atividades sexuais é considerado estupro.
No vídeo postado na plataforma, um casal adolescente aborda a sua vida depois de fugirem. (Foto: cctv.com)
Devido à popularidade dos vídeos das jovens mães, eles são frequentemente promovidos pelas plataformas de streaming através de listas de vídeos recomendados.
Tian Feng, especialista em problemas sociais e de juventude da Academia Chinesa de Ciências Sociais, disse que isso pode exacerbar o impacto negativo dos vídeos.
"Se um jovem assistir um vídeo destes, a plataforma continuará a promover conteúdo semelhante. O jovem poderá sentir que este tipo de conteúdos potencialmente ilegais são ‘normais’", disse Tian.
De acordo com a Lei de Casamento da China, homens com menos de 22 anos e mulheres com menos de 20 anos não podem se casar.