Emmerson Mnangagwa, presidente do Zimbabué, prepara-se para chegar a Beijing na segunda-feira para a sua visita à China, bem como para a sua primeira visita de Estado ao país no exterior de África, desde que assumiu o posto.
Antes da sua chegada, Mnangagwa foi abordado pela imprensa chinesa presente no país africano, para abordar as expetativas para a visita.
O presidente começou por referir que a escolha da China como primeira viagem a um país não-africano “faz todo o sentido”.
“A China apoiou o Zimbabué durante o período mais difícil pelo qual o país atravessou. A relação entre o Zimbabué e a China é histórica. É uma amizade sólida. Por exemplo, durante o isolamento de 18 anos, muitos projetos foram financiados e apoiados pela China. Recentemente foi aberta a Extensão Sul de Kariba. O responsável é a Sino-hydro, da China”, refere Mnangagwa.
Desde que assumiu a presidência no ano passado, Mnangagwa anunciou o seu compromisso com a abertura da economia zimbabueana, bem como a reversão das políticas econômicas anteriores, responsáveis pela luta permanente pela recuperação dos anos de hiperinflação e estagnação.
Mnangagwa irá liderar uma delegação de 60 pessoas, muitas delas da comunidade de negócios do país africano.
O presidente afirma que o principal propósito da viagem é tentar convencer os negócios chineses que o Zimbabué voltou a ser um bom investimento.
“O fórum econômico e as reuniões nas quais vou participar possibilitarão convidar os investidores para virem da China ao Zimbabué, e mostrar as oportunidades e o ambiente que aqui existem. A segurança dos investimentos que criamos sob nossa jurisdição, etc”, afirmou Mnangagwa.
O chefe de Estado disse ainda que irá tentar obter ajuda nos âmbitos tecnológicos e de desenvolvimento de competências, garantir potenciais canais de subsídio para o Zimbabué reviver sua infraestrutura, bem como modernizar os seus setores manufatureiro e agrícola.
Mnangagwa, que estudara na China na década de 60 do século passado, diz estar impressionado pela transformação gigante que o país asiático protagonizou ao longo dos anos, especialmente sob a liderança atual.
Em referência a Xi Jinping, Mnangagwa referiu que “admiro o método que aplica no desenvolvimento da China. Ele tomou medidas sérias contra a corrupção. Fez crescer a classe média na China. O país cresce a um ritmo acelerado. É por isso que dizemos o mesmo aqui no Zimbabué. Precisamos de canalizar os recursos que temos para criar uma classe média sólida. Tal como a China tem feito com a liderança atual. Sinto-me honrado de ter sido convidado e espero poder aprender com as minhas discussões com ele [Xi]”.
Enquanto parte do seu tempo passado na China, Mnangagwa irá também visitar a Escola do Partido do Comitê Central do Partido Comunista da China.
“Não tenho dúvidas de que devemos continuar a aprofundar as nossas relações políticas e modernizar o entendimento sobre métodos de gestão partidária. Um partido deve continuar a se modernizar, pois o mundo está em constante mudança. Devemos continuar a encarar a mudança, à medida que ela chega à arena política”.
Além de reunir com Xi Jinping, Mnangagwa irá também se encontrar com o primeiro-ministro Li Keqiang, e Li Zhanshu, presidente do Comitê Central da Assembleia Popular Nacional.
Durante a visita de 5 dias, que termina na sexta-feira, Mnangagwa irá visitar Beijing, bem como as províncias de Anhui e Zhejiang.