China posiciona-se no caminho do “desenvolvimento de alta-qualidade” para 2018

Fonte: Diário do Povo Online    01.03.2018 10h25

Dentro de alguns dias, as Duas Sessões anuais da China terão lugar, abrindo ao mundo uma janela para compreender a transição econômica do país para as próximas décadas, centrada no “desenvolvimento de alta qualidade”.

Durante os encontros a terem início em março, os legisladores nacionais e consultores políticos irão rever e discutir medidas específicas desenhadas para promover um crescimento mais estável e verde da economia chinesa.

“A economia chinesa tem vindo a efetuar uma transição de uma fase de crescimento rápido para um patamar de crescimento de qualidade”, pode ler-se em um relatório divulgado no 19º Congresso Nacional do Partido Comunista da China, em outubro.

“Este é um momento crucial para transformar o nosso modelo de crescimento, melhorar a nossa estrutura econômica e promover novos catalisadores de crescimento”.

O que significa um novo padrão de crescimento para a China e para o mundo? O que devem os negócios globais e os investidores antever perante as alterações econômicas? Os encontros prestes a ter lugar, conhecidos por “Duas Sessões”, irão esclarecer tais questões.

Crescimento Mais Estável

O alvo de crescimento da China, a ser desvendado durante o relatório de trabalhos do Governo nas Duas Sessões, continuará a ser um dos focos da atenção mundial durante este ano.

A cifra permaneceu estável durante os últimos 5 anos, acompanhando a ênfase colocada pelos responsáveis de idealização de políticas do país na qualidade e na tolerância ao abrandamento do crescimento do PIB.

Os economistas preveem que a China mantenha o seu crescimento próximo da marca dos 6.5% este ano, fruto dos esforços de melhorar a qualidade e a performance da sua economia. De fato, algumas autoridades provinciais suavizaram as suas metas neste âmbito, durante as sessões locais em janeiro.

Embora a China se tenha descomprometido com a sua expansão desenfreada, o país continuará assumindo o seu compromisso de estabilizador da economia global.

Dados do Banco Mundial revelam que a China contribuiu em 34% para o crescimento mundial entre 2012 e 2016, mais do que os EUA, UE e Japão combinados.

Lian Ping, economista do Banco de Comunicações, referiu que a economia será mais estável este ano, com menos volatilidade inter trimestral, no que concerne a aumentos do PIB, dado que o consumo superou o investimento como principal motor de desenvolvimento econômico.

Juntamente com outras políticas econômicas incluídas no relatório de trabalhos do governo, o alvo anual de crescimento está sujeito à aprovação do topo da legislatura que, juntamente com o principal órgão consultivo, desempenha uma parte importante na formulação de políticas nacionais, da empregabilidade ao ambiente.

Um Maior Mercado

O livre comércio será outro dos tópicos em voga durante as Duas Sessões, acompanhando a tendência de desenvolvimento de qualidade da China, a qual estará na base da criação de um enorme mercado de consumo e sua respetiva demanda de produtos do resto do mundo.

Detentora da primeira zona de livre comércio do país, Shanghai está na vanguarda do comércio internacional, estando ainda em busca de mais oportunidades.

Ying Yong, legislador nacional e prefeito de Shanghai, afirmou que a cidade se prepara para impulsionar a sua zona de livre comércio, visando dar resposta aos mais elevados padrões internacionais, apresentando medidas para desenvolver o “porto de livre comércio”, uma área que prevê medidas mínimas de controlo comercial.

O Ministério do Comércio previu também, em novembro, que a China iria importar mais de 10 trilhões de dólares em bens e serviços durante os próximos 5 anos.

Na sombra da explosão das importações chinesas, reside a classe média ascendente do país que, com uma população de cerca de 300 milhões de pessoas, perfaz 30% do total mundial. A sua influência tem sido refletida na sua crescente preponderância em comandar o crescimento e o comércio.

A China deverá dar continuidade à abolição de tarifas em produtos como automóveis, segundo declarações de Liu He no encontro anual do Fórum Econômico Mundial, em janeiro. No ano passado foram eliminados impostos aduaneiros em 187 produtos, com uma quebra média de 17.3% para 7.7%.

A primeira Expo Internacional de Importação da China terá lugar em Shanghai em novembro, na qual deverão convergir milhares de empresas, provenientes de mais de 100 países.

 

Acesso Amplo ao Mercado

Em virtude do 40º aniversário da sua política de Reforma e Abertura, os analistas preconizam medidas mais específicas para alargar o acesso ao mercado a negócios internacionais durante as Duas Sessões.

Durante o encontro do Fórum Econômico Mundial, Liu afirmou que a China irá mover diligências para garantir uma maior abertura financeira, manufatureira e do setor de serviços da China, reforçando a proteção da propriedade intelectual.

A lista negativa que determina onde a participação estrangeira é proibida ou limitada tornar-se-á mais reduzida. As empresas estrangeiras continuarão a receber um tratamento igualitário, com os seus interesses adequadamente salvaguardados. A iniciativa do Cinturão e Rota será impulsionada, mantendo o seu foco na cooperação industrial internacional.

O investimento direto estrangeiro na parte continental da China atingiu o maior expoente de sempre, com 878 bilhões de yuans apurados no ano passado, contrastando com a tendência de quebra global. Um total de 35,652 negócios internacionais foram estabelecidos no país.

O banco central da China anunciou na segunda-feira a decisão de abolir regulamentos antigos, de modo a agilizar manobras de negócios estrangeiros no país. Por seu turno, um outro regulador bancário anunciou também medidas durante o fim-de-semana, por forma a facilitar a operação de empresas estrangeiras na China.

Apesar do crescente protecionismo nas maiores economias, Wei Jianguo, vice-presidente do Centro da China para o Intercâmbio Econômico Internacional, garante que a China está posicionada na vanguarda de “uma comunidade de destino compartilhado para a humanidade”. 

(Web editor: Renato Lu, editor)

0 comentários

  • Usuário:
  • Comentar:

Wechat

Conta oficial de Wechat da versão em português do Diário do Povo Online

Mais lidos