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Entrevista: França e China podem trabalhar em conjunto para comunidade com futuro compartilhado, diz especialista

Fonte: Xinhua    09.01.2018 14h43

Paris, 8 jan (Xinhua) -- A França e a China podem optar por entrar em uma "longa marcha" visionando construir uma comunidade com futuro compartilhado para a humanidade, uma vez que ambos os países na história "colocaram-se a serviço de um ideal de universalismo maior do que seus interesses imediatos ".

David Gosset, especialista sênior em relações internacionais e fundador do Fórum Europa-China, fez as observações em uma recente entrevista à Xinhua.

O presidente francês, Emmanuel Macron, deixou Paris no domingo à tarde para sua primeira visita de estado à China, tornando-se o primeiro líder europeu a visitar o país desde o 19º Congresso Nacional do Partido Comunista da China.

A visita de Macron revelará não apenas a sua concepção de França, da União Europeia (UE) e de seu parceiro do outro lado do Atlântico, mas "sua abordagem global para o nosso tempo", disse Gosset.

A energia e a inspiração de Macron, de 40 anos, que aparece como uma nova força, contribuirão para a dinâmica do relacionamento bilateral, disse o especialista.

O presidente francês pode ser um "mensageiro" no mundo ocidental da ideia de que uma China em crescimento é uma oportunidade para a Europa e um fator decisivo na equação para resolver grandes problemas globais, acrescentou.

Na cooperação China-França a nível global, o especialista destacou a ligação entre o crescimento qualitativo, a economia pós-carbono e a Iniciativa “Um Cinturão, Uma Rota”, acrescentando que o link é um dos pontos em que Paris e Beijing podem demonstrar que uma "civilização ecológica” deve ser construída para o planeta.

"Os dois países devem coinvestir substancialmente no âmbito do Cinturão e Rota em projetos de cooperação no continente africano. Sempre que possível, eles devem atuar para a realização de novas estradas da seda sustentáveis", disse Gosset.

O especialista também disse através dos esforços conjuntos de Paris e Beijing, um mecanismo deve ser estabelecido para reunir a UE, a União Africana e a China, que poderiam coordenar melhor as ações relacionadas ao continente africano.

Gosset disse que a atual situação internacional exige que as duas nações atuem em novas direções e pensem sobre "os princípios para a arquitetura do mundo vindouro", além de fortalecer a cooperação em áreas tradicionais como comércio, educação, ciência e artes .

"Quando a França e a China refletem juntos sobre o mundo em mudança e tentam dar sentido a isso, o relacionamento franco-chinês não é mais a soma do que ministros, diplomatas ou empresários realizam com vários graus de sucesso", afirmou. "Isso se coloca ao serviço de uma causa que a transcende, mas também dá o seu verdadeiro valor".

Os líderes dos dois países, apesar de suas diferenças de idade e carreira, convergem em dois pontos essenciais, de acordo com Gosset.

"Primeiro, em sua filosofia política, eles criam apoio em seu país por sua capacidade de reconciliar o que, na superfície, parece ser oposto", disse ele. "(Segundo) na política internacional, eles convergem na ideia de defender o multilateralismo".

A visita de três dias de Macron à China começa oficialmente na segunda-feira, durante a qual ele deve se encontrar com líderes chineses e participar de uma série de eventos em Beijing e em Xi'an, no noroeste do país.

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