“Banco do tempo” em Nanjing cria novo modelo para garantir apoio à população idosa

Fonte: Diário do Povo Online    18.12.2017 11h01

NANJING, 18 de dez (Diário do Povo Online) – Lyu Xiuying, habitante de Nanjing, de 63 anos de idade, sempre se faz acompanhar por um cartão bancário especial de depósitos de “tempo”, ao invés de dinheiro. O cartão, por sua vez, foi emitido pelo “banco do tempo”.

Os serviços de cuidados geriátricos na China estão enfrentando problemas de carência de funcionários e um número crescente de idosos. O novo modelo de cuidados mútuos, com recurso ao “banco do tempo”, permite às pessoas “depositarem” voluntariamente as suas horas de serviço voluntário e trocá-las pelo serviço de outros voluntários quando necessário, ou até por produtos e recompensas monetárias. Lyu é um dos 5000 voluntários atualmente em Nanjing.

O meio-dia é hora mais ocupada do dia de Lyu, que trabalha como voluntária em um centro de cuidados geriátricos no subdistrito de Yaohua. Na sua comunidade, há mais de 300 idosos com idades entre os 60 e 85 anos. Chen Huiying, de 76 anos de idade, é uma delas. Agora, com os serviços dos voluntários, pode desfrutar de um bom almoço.

“Vivo sozinha e cozinhar todos os dias é bastante cansativo para mim. Agora, posso comer um almoço equilibrado no centro com um custo de apenas 3 yuans (cerca de 0,45 dólar)”, disse.

Segundo pesquisas de instituições sociais, o centro oferece ainda serviços especializados para os idosos. No entanto, um “depósito de tempo” no cartão exige seguir um padrão. Para garantir a qualidade do serviço, os voluntários deverão ser primeiro submetidos a um treinamento profissionalizante e passar em testes para assinar acordos de prestação de serviços com os “clientes”. A comunidade garante ainda seguros contra lesões acidentais para ambas as partes. O departamento de assuntos civis da comunidade responsabiliza-se pela inspeção dos serviços, sendo que os voluntários que cumpram a sua função com desleixo serão obrigados a abandonar o sistema.

Lyu depositou já 835 horas no seu “cartão de tempo” desde que se tornara um dos primeiros voluntários da cidade em agosto de 2014. Até o dia 31 de outubro, a sua comunidade contou já com 1.484 “depositantes” que acumularam um total de 47.229 horas e ofereceram 146.615 serviços para 4.262 idosos.

Segundo Li Min, a vice-diretora do escritório do subdistrito de Yaohua, é uma organização não-governamental que está responsável pelas operações do “banco do tempo”, que abrange 13 comunidades no seu subdistrito. O projeto inclui um sistema de depósitos, levantamentos e recompensas semelhante ao sistema dos bancos comerciais. Os voluntários podem acumular as suas horas de serviço e trocá-las por serviços ou recompensas materiais. O projeto estabeleceu ainda cooperações com bancos comerciais para emitir cartões especiais para “depósitos de tempo”. Os voluntários podem trocar 70% do seu tempo depositado por horas de serviço de outros voluntários, 20% por artigos de uso diário e 10% por subsídios em dinheiro.

Em 2005, Nanjing começou a testar o modelo do “banco do tempo” para prestar cuidados aos idosos. Até agora, 5.069 voluntários participaram no projeto, dos quais 3.310 são voluntários idosos, o que tem vindo a aliviar significativamente a pressão da falta de pessoal no setor.

Em março deste ano, Nanjing fundou uma associação de serviço voluntário de cuidados aos idosos para promover o “banco do tempo”. A cidade tenta agora estabelecer uma plataforma de intercâmbio para impulsionar a construção de mais “bancos do tempo”. Além disso, é também garantido aos voluntários treinamento profissional e de gestão para garantir o desenvolvimento sustentável do projeto. Vários “bancos do tempo” também assinarão acordos de cooperação para realizar um reconhecimento mútuo dos cartões em toda a cidade.

(Web editor: Chen Ying, editor)

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