BRASÍLIA, 31 de ago (Diário do Povo Online) - O Supremo Tribunal Federal do Brasil (STF) rejeitou, na quarta-feira, uma moção para remover o procurador-geral Rodrigo Janot das investigações da alegada corrupção do presidente brasileiro Michel Temer.
O juiz do STF, Edson Fachin, afirmou que não existem evidências de que Janot esteja politicamente motivado ou seja tendencioso, como acusa a equipe de defesa de Temer.
A investigação inicial de Janot, sobre os subornos aceites por Temer e obstrução à justiça, foi bloqueada pelos aliados do presidente na Câmara dos Deputados, que votaram contra a perseguição do chefe de Estado. O que significa que Janot terá que esperar até ao termo do mandato de Temer para prosseguir as investigações.
As acusações contra Temer surgiram depois que dois irmãos, magnatas do negócio de frigoríficos de carne, Joesley e Wesley Batista admitiram subornar funcionários do governo para ignorar as violações dos regulamentos.
De acordo com as suas declarações, Temer terá negociado com eles o pagamento de subornos para comprar o silêncio de um antigo legislador.
A petição menciona uma declaração proferida pelo procurador-geral durante um congresso de jornalistas em julho em São Paulo, quando disse que "enquanto houver bambu, haverá flechas", referindo-se ao processo de investigação contra o presidente.
"O seu obstinado empenho em encontrar elementos incriminadores do presidente, claramente excessivo e fora dos padrões adequados e normais, bem como as suas declarações alegóricas e inadequadas, mostram o seu comprometimento com a responsabilização penal do presidente", acrescentou o advogado, acusando Janot de "nutrir um sentimento adverso" por Temer.
Ainda é esperada, porém, a apresentação de duas outras denúncias contra o peemedebista: obstrução de Justiça e organização criminosa. Ambos os crimes, bem como o de corrupção passiva, foram citados por Janot no pedido de abertura de investigação contra Temer enviado em maio ao STF.