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Especial: Países do BRICS podem se beneficiar da cooperação, diz especialista brasileiro

Fonte: Xinhua    22.08.2017 09h24

Rio de Janeiro, 22 ago (Xinhua) -- Os países que formam o grupo do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) podem se beneficiar da cooperação entre eles e adotar assim uma opinião conjunta em diversos aspectos diante do mundo, afirmou o especialista brasileiro Ronnie Lins, CEO do Center China-Brasil: Research & Business (CCB).

"Os BRICS podem compartilhar muitas experiências entre si", assegurou Lins à Xinhua, destacando "a aplicação do modelo do presidente chinês, Xi Jinping, que faz que a China avance em direção a realizar o Sonho Chinês". A aplicação do modelo independente de política, etnia, religião e qualquer outro fator".

"Seu objetivo é claro e lógico para qualquer estadista de um país emergente, ou seja, criar melhores condições para os chineses e erradicar a pobreza, quando chegar a data determinada do sonho chinês. Obviamente a aplicação do modelo em outros países, necessita das devidas adaptações necessárias, mas é uma base valiosa de conhecimento para ser usada", apontou.

"Em minha concepção, a partir dos textos que li e entendi, podemos dividí-lo em seis pilares: a soberania nacional; aprofundar as reformas e concessão dos direitos; educação e cultura; economia e meio ambiente; política de relações exteriores e criação e seguimento".

Sobre estes pilares, da soberania nacional, o especialista "elevaria a defesa nacional ao estado da arte, fazendo uma maior aproximação dos militares, governos e civis, e criando mais dualidade, ou seja, integrando unidades empresariais com indústrias militares".

Ele também sugeriu "a necessidade de se aprofundar as reformas da previdência social, que é um grande problema mundial porque aumentou a expectativa de vida das pessoas e os sistemas de previdência social não estão preparados para outro novo encargo".

Também ressaltou "avançar nas reformas da educação para poder atender as novas demandas da quarta revolução industrial. Os centros educativos e as empresas têm que criar cursos e treinamentos específicos para as novas demandas do mercado empresarial".

Sugeriu também "desenvolver mais (o cinturão econômico da) Rota da Seda e a Rota da Seda Marítima porque cria mais desenvolvimento, especialmente infraestrutura, empregos, comércio transfronteiriço e é fundamental para desenvolver a estratégia de boa vizinhança. Terá que inovar na produção e nos serviços, e combater a corrupção, como o presidente Xi fez".

O especialista em relações China-Brasil assegurou que os países do BRICS devem unir-se para coordenar sua posição nos temas de interesse global.

"O que estamos vendo no mundo é que, neste contexto mundial, será muito difícil que alguma nação tenha sucesso sozinha. Os BRICS foram parte de um grupo muito poderoso cujos membros não são apenas países, são virtualmente continentes. Assim se por algum motivo há algum que não esteja em boa situação, certamente é uma situação passageira".

"Não tenho dúvida que será o bloco no futuro com mais influência econômica e política no mundo. Espero que os BRICS acelerem a concretização de algumas ações, porque isto fará que a confiança e a velocidade das relações avancem mais rápido. Com isso, os BRICS terão um maior peso político e econômico no contexto mundial".

Nesse sentido, Lins afirmou que "conforme os BRICS vão se fortalecendo, irão aparecendo maiores oportunidades. Por exemplo, fortalecer economias mais necessitadas como as de nossos irmãos africanos".

Lins também assegurou que os BRICS deveriam "aprofundar ações concretas de livre comércio, construção de infraestrutura, criação de produtos de maior valor agregado e compartilhamento dos desenvolvimentos tecnológicos para aumentar a inovação e consolidar a atuação segundo a quarta revolução industrial".

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