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Vencedor do concurso "Chinese Bridge" no Brasil: China é parte indispensável da minha vida

Fonte: Xinhua    21.08.2017 14h50

Por correspondente da Xinhua, Zhang Qichang

São Paulo, 21 ago (Xinhua) -- Todos os momentos do concurso de língua chinesa "Chinese Bridge" que aconteceu há cinco anos ainda estão vivos para Rafael Papageorgiou, campeão brasileiro daquele ano.

"A língua chinesa tem me trazido muitas oportunidades desde quando eu comecei a aprendê-la, e a China já se tornou uma parte indispensável na minha vida", disse.

Rafael, natural de Porto Alegre e chamado pelos amigos chineses de Hafa, em referência a Rafa, teve seu primeiro encontro com o idioma em 2010. Segundo o estudante gaúcho da História da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), tudo começou com a vontade de conhecer a cultura chinesa, que lhe parecia tão distante e misteriosa. Desde então, ele se apaixonou pela língua e cultura chinesas e a sua vida tomou um rumo inesperado.

"Passava pelo menos 8 horas por dia aprendendo chinês, aproveitava para conversar com os alunos chineses na UFRGS e comprei quase todos os materiais de mandarim no Brasil", disse Rafael

"O mandarim é difícil mas quero aprender mais. A aprendizagem do idioma me deixa com sentimentos de realização."

Após dois anos de aprendizagem, chegou a um ponto de virada do Rafael. No primeiro semestre de 2012, foi estabelecido o Instituto Confúcio da UFRGS. Com a indicação do Instituto, Rafael se inscreveu no concurso "Chinese Bridge" do ano.

Rafael lembrou na secção de demonstração artística, cantou Long De Chuan Ren, traduzida como Descendentes do Dragão, uma das suas canções chinesas prediletas. "O mais importante que ganhei no concurso não foi o título de campeão, mas foi que consegui uma bolsa para estudar na China no ano seguinte", disse.

Rafael passou um ano estudando na Universidade Nankai em Tianjin, no norte da China e chegou a se sentir mais próximo à sociedade, cultura e povo da China. "O povo chinês é honesto, receptivo e trabalhador. Durante aquele ano, eu comecei a ler a literatura chinesa e fiquei fascinado. Sempre acho que a literatura é uma porta para chegar à alma de uma nação", disse.

O jovem brasileiro tem no seu arquivo obras de Yu Hua, San Mao, Han Han, entre outros, e atualmente está lendo Analectos de Confúcio. "Nos texto de Confúcio se encontram os valores universais. Por exemplo, o respeito pelo pais, uma virtude que todo mundo tem que valorizar", afirmou.

Após o retorno da China, o campeão brasileiro da língua chinesa optou por trabalhar em uma empresa chinesa em São Paulo e criou um canal de ensino de mandarim no YouTube, Chinês Já. Segundo ele, o canal é destinado para quem estiver interessado em aprender mandarim mas não tiver tempo ou capacidade financeira para fazer cursos. "Quero dizer que não é difícil aprender mandarim desde que você faça esforços."

Em relação ao futuro, Rafael tem o seu "sonho chinês". Ele espera um dia poder voltar para estudar e trabalhar na China e sentir de perto as grandes mudanças que a China está passando.

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