Beijing, 18 ago (Xinhua) -- A economia chinesa já não está crescendo na mesma velocidade de antes, mas ainda pode oferecer aos investidores mundiais oportunidades muito melhores, pois está concentrada na reestruturação e prevenção de possíveis ameaças à sustentabilidade.
Depois de uma recuperação nos primeiros dois trimestres do ano, todos os indicadores importantes, incluindo produção industrial, investimento, vendas a varejo e novos empréstimos, cresceram menos que as previsões em julho, o que preocupou os mercados mundiais.
A ansiedade é compreensível, dado o papel que a China tem desempenhado na economia mundial. Contribuindo um terço do crescimento mundial, qualquer retrocesso assolará todo o mundo.
No entanto, seria precipitado e sem visão reagir de forma exagerada a um motor mais suave.
Em uma visão mais aprofundada, é claro que uma mudança desejada está em andamento. A economia está transferindo-se de um crescimento de alta velocidade a um de ritmo moderado, enquanto otimiza a estrutura e muda de crescimento orientado por investimentos e exportações insustentáveis a um impulsionado pelo consumo, serviços e inovação.
O consumo contribuiu com 63,4% do crescimento do primeiro semestre e se expandiu 10,4%, o que representa uma leve aceleração anual.
A demanda nacional cada vez maior se tornará em uma importante fonte do crescimento dirigido às exportações dois principais parceiros comerciais da China, desde que se abram às companhias chinesas.
O setor de serviços, representando 54,1% da economia, manteve um firme crescimento no primeiro semestre. Os setores de manufatura de equipamentos e de alta tecnologia registraram um crescimento maior que a produção industrial geral.
Em vez de impor barreiras contra comércio e investimento, a China se esforça para abrir-se ainda mais, o que significa que os investidores estrangeiros poderão ter mais oportunidades no mercado apesar da desaceleração econômica.
Na quarta-feira, anunciou uma série de medidas para atrair investidores estrangeiros, incluindo acesso mais fácil ao mercado e melhor proteção dois direitos de propriedade intelectual.
Além das dores na reestruturação, a economia chinesa também está sob o impacto das atuais campanhas contra capacidade excessiva, desalavancagem, bolhas e fábricas poluentes, já que o governo tenta sacrificar o crescimento de curto prazo pelo desenvolvimento de longo prazo.
O desafio é como conseguir um equilíbrio entre estabilizar o crescimento e impulsionar essas reformas, que o governo tem agindo de forma adequada.
Embora o crescimento possa desacelerar no segundo trimestre, isso será gradual e não vai ameaçar a realização da meta anual de cerca de 6,5% para o ano 2017. O governo chinês tem condição suficiente para estimular a economia e conter um declínio enorme mesmo caso ocorra algum caso extremo.
As principais instituições financeiras internacionais têm melhorado as previsões sobre o crescimento da China.
Como a recuperação global continua ocorrendo de forma suave, uma economia chinesa mais sustentável porém mais lenta permanecerá a locomotiva do crescimento mundial.