SHANGHAI, 11 de ago (Diário do Povo Online) – A Cúpula do BRICS, a ser realizada em setembro em Xiamen, ajudará os cinco países membros a construir um futuro melhor e uma parceria econômica mais forte, defendeu o presidente do BRICS New Development Bank (NDB), K.V. Kamath.
Faz mais de uma década que o Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul se uniram para formar o BRICS. O NDB em si é um "resultado da união econômica" do grupo das economias emergentes, disse Kamath durante uma entrevista exclusiva com a Xinhua, na quarta-feira.
Na nona Cúpula do BRICS, que terá lugar na cidade chinesa de Xiamen no início de setembro, Kamath apresentará o progresso do banco nos últimos dois anos, bem como a direção em que estará seguindo nos próximos dois a três anos.
Fundado pelos membros do BRICS em 2014, o NDB foi inaugurado em Xangai em julho de 2015, se tornando totalmente operacional no início de 2016.
O primeiro empréstimo financiado pelo NDB, para um projeto de energia solar em Shanghai, deverá iniciar operações em agosto.
Espera-se que o banco aprove cinco novos projetos avaliados num valor total de 1,5 bilhões de dólares em setembro, sendo dois deles na China, revelou Kamath.
No total, o banco tem 23 projetos em vários estágios de preparação para 2017-2018, com um montante total de investimento de 6 bilhões de dólares. O banco concedeu empréstimos a sete projetos em 2016.
De acordo com a sua estratégia geral para 2017-2021, o banco concederá cerca de dois terços dos seus empréstimos no desenvolvimento de infra-estruturas sustentáveis.
"O crescimento dos países emergentes, em particular o crescimento que vimos na China, sublinhou claramente a importância do crescimento ser sustentável", disse Kamath à Xinhua.
"Eu diria que aprendemos com a experiência da China a impulsionar a sustentabilidade como núcleo do processo de empréstimo", acrescentou.
Após a primeira emissão de títulos verdes do banco na China, bem recebida pelo mercado no ano passado, Kamath explicou que o banco está planejando uma nova emissão de títulos entre 3 a 5 bilhões de yuans (450 a 750 milhões de dólares americanos) no segundo semestre deste ano.
Concomitantemente, planeja também emitir títulos em moedas locais em outros países membros. "A Índia provavelmente será uma das primeiras, e o nosso diálogo com os banqueiros na Rússia e outros países membros indica que há um bom alcance para aumentar as obrigações em moeda local nesses países", afirmou Kamath.
O presidente do NDB disse também à Xinhua que o banco abrirá o seu primeiro escritório regional em Joanesburgo, África do Sul, a 17 de agosto.
Este escritório regional atuará como um "rosto para a África", pois inicialmente se concentrará na preparação de projetos de gasodutos, informou Kamath.
O banco pretende abrir outros escritórios regionais, mas as datas não estão ainda decididas, disse Kamath.
