Acadêmicos brasileiros salientam importância de ultrapassar preconceitos e conhecer a China

Fonte: Diário do Povo Online    17.08.2017 15h14

“No mundo de hoje, os povos de alguns países ainda têm preconceito sobre a China. O que vos quero dizer é que, esse preconceito é uma consequência do uso de óculos seletivos por parte da imprensa ocidental. Temos que conhecer a China em mudança com novas perspetivas”, afirmou Evandro Carvalho, responsável pelo Núcleo de Estudos Brasil-China, durante a sua palestra num seminário intitulado “A China no Cenário Internacional”, realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Com o rápido desenvolvimento das relações econômica e comercial entre a China e o Brasil, o povo brasileiro se mostra cada vez mais interessado no país asiático, demonstrando maior entusiasmo em conhecer mais sobre a China.

Perante centenas de acadêmicos e estudantes, na área de relações internacionais e de economia de todo o Brasil, Evandro afirmou que durante a sua longa estadia na China, ficou ciente de que alguns países ocidentais têm um conhecimento limitado sobre o gigante asiático. Deste modo, Evandro sugeriu aos governantes, empresários e acadêmicos brasileiros a união no reforço da avaliação da situação internacional, a fim de entender realmente o desenvolvimento da China e a sua importância ao Brasil.

“A China não é só um país distante do Brasil”, frisou Marcos Pires, professor de política e economia internacional da Universidade Estadual de São Paulo, assinalando que o Brasil e a China possuem uma situação nacional semelhante visto que ambos detêm uma grande área territorial, com população numerosa e cultura diversificada. Nos últimos anos, as relações entre os dois países vêm sendo consolidadas e a China já se tornou um dos parceiros comerciais mais importantes do Brasil, afirmou.

De acordo com Marcos, a renda per capita do PIB chinês já ultrapassou os 8 mil dólares, com o qual, a China se tornou o único país de renda média a entrar no top 25 no Índice de Inovação Global.

Além disso, o país tem elaborado programas concretos para o futuro, como por exemplo, a criação do plano “Fabricado na China 2025”, que visa apoiar a economia real e promover a inovação da informática e tecnologia aeronáutica. Para Marcos, a tecnologia de ponta, o auto-design e as marcas de liderança mundial são os três “tesouros” que irão garantir o desenvolvimento sustentável e estável da China.

À medida que a China mantém um acrescimento acelerado, desempenha um papel cada vez mais importante no cenário internacional. Paulo Wrobel, professor de relações internacionais da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, afirmou em uma palestra que a China, “o país do chá, já se tornou um dos maiores consumidores e importadores de vinho do mundo. Este facto comprova também, de outro ângulo, a razão pela qual dizemos que o crescimento chinês contribuiu com mais de 30% para a economia global”.

O cônsul-geral da China no Rio, Li Yang, afirmou que a China tem obtido êxitos notáveis no desenvolvimento socioeconômico. “Ainda é um país em desenvolvimento e vai continuar ajudando outros países em desenvolvimento. A ascensão pacífica da China é favorável ao mundo e o país vai continuar a contribuir a nível econômico, político e de segurança para a comunidade internacional”, apontou.

“Alguns meios de comunicação ocidentais alegam ‘a teoria da ameaça pela China’, ignorando a contribuição chinesa para com a comunidade internacional. É necessário uma mulhor cooperação com a China e extrair a experiência do desenvolvimento chinês necessária para o Brasil”, assinalou Evandro, acrescentando que é urgente “conhecer a China real”, não só para seguir os seus passos, mas para um melhor entendimento do país asiático e do próprio Brasil. 

(Web editor: Renato Lu, editor)

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