O governo indiano pediu a diversos manufatores de celulares chineses para fornecerem relatórios de conformidade até 28 de agosto, devido a suspeitas de que as empresas chinesas possam estar a roubar a informação pessoal dos utilizadores.
A investigação, que vários especialistas consideram o início de uma guerra comercial entre a China e a Índia, surge durante um período de tensão após o impasse de dois meses criado na fronteira entre os dois países.
De acordo com o The Times of India, o governo indiano está particularmente preocupado com o papel das empresas chinesas nesta “atividade”.
Os fabricantes chineses de celulares, incluindo a Xiaomi, Vivo, Oppo e Gionee foram todos incluídos na investigação.
O relatório destaca ainda que, além das empresas chinesas, a Samsung e a Apple, bem como várias outras marcas indianas, receberam também o aviso.
Vários especialistas acreditam que a ação visa desestabilizar os fabricantes chineses no mercado indiano, dada a sua popularidade elevada na Índia, devido a vantagens tecnológicas e ao preço relativamente barato.
De acordo com um estudo levado a cabo pela India Ratings and Reasearch em junho, a quota de mercado dos fabricantes de celulares chineses na Índia era de cerca de 51% durante o primeiro trimestre do ano.
Os consumidores indianos demonstraram também preferência por produtos chineses em detrimento dos equivalentes domésticos, com 83% a considerar os produtos importados da China com uma melhor relação em termos de qualidade e preço, segundo um artigo publicado pelo Hindustan Times em agosto.
“A China tem sido um dos principais alvos das investigações anti dumping da Índia. À medida que os dois países atravessam um impasse, a nova investigação poderá ser uma medida governamental para despoletar um sentimento anti China na Índia”, afirma Lan Jianxue, ex-diplomata chinês na Índia, no portal haiwainet.cn.
De acordo com o Ministério do Comércio da China, a Índia deu início a 12 investigações durante o período entre janeiro e junho de 2017, mais do que qualquer outro país.